Aproximam-se a passos largos as eleições autárquicas. Para os que cumpriram a sua missão pública ao longo destes quase quatro anos, é tempo de reflexão e de balanço.
É necessário fazer uma avaliação desta experiência, do resultado prático da aprendizagem e ter a consciência exata do contributo que foi sendo dado para a resolução dos problemas, que surgem invariavelmente, a diário, no seio de cada comunidade. E sobretudo, perceber onde se pode melhorar.
Hoje em dia, talvez mais do que nunca, a opinião relativa aos políticos não é a melhor, como resultado de uma certa desconfiança que se foi instalando nos eleitores e que se reflete na elevada abstenção, notória em cada ato eleitoral.
Nem sempre se consegue separar o trigo do joio, mas é bom lembrar que a política é, no fundo, o reflexo das sociedades. Há um pouco de tudo, como na vida, em si própria.
Este é também o tempo em que começam a surgir, de forma mais ou menos organizada, as criticas e as interpelações ao que foi sendo feito, ou ao que não foi sendo feito, segundo a perspetiva de cada um.
As redes sociais vieram dar voz e talvez um maior envolvimento dos cidadãos, no sentido de questionarem as decisões que vão sendo tomadas e esse é sem dúvida um bom contributo para a discussão política.
Obviamente que há sempre um lado perverso, pois muitas vezes, os comentários que vão sendo feitos sobre a atividade municipal surgem de perfis falsos, criados única e exclusivamente com o intuito de gerar desconfiança e lançar acusações sem fundamento, fenómeno que não deve ser menosprezado e que tem gerado o crescimento de notícias falsas, que em muitos momentos lançam a desconfiança nos cidadãos, com consequências imprevisíveis.
Os autarcas são aqueles que melhor conhecem os seus territórios de ação e a realidade é que também têm vindo a melhorar na gestão e avaliação das redes sociais, comunicando de forma mais eficiente com os munícipes e dando também uma melhor resposta para a solução dos problemas. São os sinais dos novos tempos e é necessário que todos tenham a perceção disso.
Enquanto eleitos, não devemos diabolizar as novas formas de comunicação refletidas nas redes sociais, mas sim aproveitar as suas potencialidades para um melhor serviço. E também os autarcas se dão a conhecer pela forma como interagem com as suas comunidades e esclarecem as interrogações que vão surgindo amiúde, originadas por notícias de novos projetos e novas iniciativas.
A interação com os utilizadores revela muito sobre a postura de cada um!
Se por vezes não responder pode ser uma solução, a necessidade de esclarecimento, em muitos casos, implica uma resposta, para dissipação de dúvidas. Não deixamos de exercer funções para além da hora de serviço e devemos estar sempre disponíveis para clarificar o que for necessário.
Não há como negar. Os eleitos não ficam indiferentes às redes sociais e devem aperfeiçoar, cada vez mais, a sua utilização, em termos de comunicação, sobre o que se passa em cada realidade.
Mas, voltando ao início, convêm lembrar que, neste tempo de contagem de espingardas, é feita em muitos casos uma utilização desmesurada de insinuações que em nada beneficiam o debate político e que tem somente como objetivo lançar a confusão. Talvez seja esse somente o intuito, baseado na ofensa pessoal e no apontar de dedos, sem fundamento, tentando descredibilizar quem se encontra em funções públicas a tentar dar o seu melhor.
Se por um lado é salutar que acha escrutínio sobre a ação que os autarcas vão desenvolvendo, é bom notar que é muito fácil estar confortavelmente sentado num sofá, em frente a um monitor, lançando suspeitas ou acusações sobre o que está a ser feito em prol de todos.
Nem todos temos que concordar com as decisões que são tomadas, mas é curioso verificar que muitos somente se pronunciam quando estamos a três meses dos atos eleitorais, nesta caso para as autarquias. Tudo serve como arma de arremesso, somente para denegrir a imagem de quem está em funções.
O desafio que se deve deixar a quem está insatisfeito vai no sentido de que seja dado um passo em frente. Quem tem a perceção de que pode fazer melhor, deve tomar a iniciativa de se apresentar a votos, criando ou participando em listas, também para o enriquecimento da democracia.
Quantas mais ideias, melhores serão os debates e seguramente as soluções. Falar é fácil, mas mais difícil é agir e dar a cara! Muitos dos que muitas vezes tecem comentários pejorativos, batendo efusivamente nos teclados, nunca nada fizeram no sentido de contribuir para o bem comum. Se sabemos criticar, temos que dar o peito às balas e ser submetidos à avaliação dos cidadãos, para que se possa fazer melhor.
No fim, todos ganhamos com isso!