A Câmara Municipal de Vila Viçosa instalou aquecedores na Escola Secundária de Vila Viçosa, devido à alegada falta de manutenção no edifício, que não conta com aquecimento nas salas nem com calafetagem nas janelas, noticia a agência Lusa, que adianta ainda que o PCP já questionou o Governo acerca desta situação.
“O sistema AVAC [aquecimento, ventilação e ar condicionado] não funciona e entra frio pelas janelas, porque não estão calafetadas”, explicou Inácio Esperança, presidente da Câmara Municipal, à Lusa, lamentando a situação.
O presidente, eleito pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, avançou ainda que esta situação se deve à falta de manutenção da Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro por parte da Parque Escolar.
“A Parque Escolar não assegura a manutenção, mas está no contrato com o Estado que tem que fazer a manutenção da escola”, salientou o autarca, que fez questão de lembrar que a reinauguração deste edifício aconteceu em 2011, depois da realização de obras de remodelações na ordem dos “14 milhões de euros”.
Inácio Esperança considerou ainda que “sem equipa de manutenção é o caos na escola”, uma vez que, por não haver aquecimento, chegaram a sentir-se temperaturas de “quatro, cinco e seis graus” nas salas de aulas.
O presidente avançou ainda que a direção do agrupamento de escolas já questionou a Parque Escolar, que indicou já ter “autorização do Ministério das Finanças para fazer os contratos de manutenção”.
No entanto, é necessário que estes contratos tenham “visto prévio do Tribunal de Contas”, estando a empresa a prever, “o mais tardar até final do segundo trimestre, ter uma equipa de manutenção na escola”.
“Mas as crianças, em junho, já não têm frio. Aí, têm calor”, afirmou o presidente da autarquia, frisando que, na terça-feira passada (dia 7), a câmara procedeu à compra e instalação de 42 aquecedores na escola, de forma a “minimizar o frio nas salas de aula”.
O ministro da Educação já foi questionado pelo PCP acerca da degradação de escolas intervencionadas pela empresa Parque Escolar no distrito eborense, sendo a Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro uma delas.
“A Parque Escolar não tem assegurado de forma cabal os serviços de manutenção das escolas e isso tem levado a que algumas delas se tenham degradado bastante", lê-se, de acordo com a Lusa, na pergunta que foi entregue no parlamento e subscrita por Alfredo Maia, deputado do PCP.
O partido alertou que, no caso da escola de Vila Viçosa, “os problemas têm-se avolumado, desde logo as condições para fazer face ao inverno”, porque “não existe aquecimento e as janelas não se encontram calafetadas”.
O deputado comunista quis saber, através da pergunta apresentada, se o Governo conhece a situação, os motivos para a Parque Escolar não garantir regularmente a manutenção e quais as medidas previstas para a escola de Vila Viçosa, assim como os prazos para a sua implementação.
O diretor do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, Rui de Sá, foi contactado pela Lusa, e remeteu para um comunicado que o próprio assinou, a 26 de janeiro, e que se encontra publicado no website do agrupamento.
Neste comunicado, Rui de Sá destacou que a manutenção deste edifício não está a cargo do município, sendo “da competência da empresa Parque Escolar, que adjudica a uma empresa de manutenção o referido serviço”.
“Por constrangimentos vários, alheios ao agrupamento de escolas” e a várias outras entidades, entre as quais a “própria empresa Parque Escolar, só agora foi possível iniciar o procedimento” com vista à conservação e manutenção da escola, avançou ainda o responsável, que, ainda assim, sublinhou que este processo “só estará concluído durante o segundo trimestre de 2023”.
A presidente do conselho geral deste agrupamento de escolas, Júlia Lopes, informou, noutro comunicado, que foi decidido por este órgão o agendamento de uma reunião com o secretário de Estado da Educação, onde estarão presentes vários responsáveis locais.
Fotografia de archello.com
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