8 Janeiro 2018      10:05

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CÂMARA DE ÉVORA QUER ARRANCAR COM OBRAS NO SALÃO CENTRAL ESTE ANO

A Câmara Municipal de Évora defende estar a fazer o possível para arrancar com as obras no antigo edifício do Salão Central Eborense ainda este ano.
 
Depois de 2017 ter iniciado os trabalhos de limpeza e remoção de entulho no edifício que está encerrado há três décadas e de ter iniciado também as sondagens arqueológica que ainda decorrem por se tratar de uma zona sensível do ponto de vista arqueológico já que o edifício se encontra em pleno centro histórico e por ser necessário "proceder a intervenção de salvaguarda e registo de eventuais elementos e vestígios patrimoniais ali existentes, antes da obra municipal para ali programada", a Câmara de Évora diz ter reforçado a equipa de técnico que ali trabalha e conta entregar a candidatura a fundos comunitários com a maior brevidade, tendo já concluído o projeto de arquitetura.
 
Dada a dimensão da obra, que implica um investimento de 2,5 milhões de euros, comparticipados em 85%, será necessário lançar concurso público internacional, que a Câmara de Évora estima estar concluído em seis meses, podendo assim iniciar a obra de reabilitação ainda em 2018.
 
O edifício, com 100 anos, foi mandado construir em 1916 por José Augusto Anes, um abastado proprietário eborense, com o intuito de ali fazer espectáculos. Em 1931 a Inspecção Geral dos Espectáculos determinou o seu encerramento por irregularidades de construção. Entretanto o espaço acabou por ficar limitado a sessões de cinema. José Augusto Anes entretanto cedeu a sua exploração à empresa Manuel Themudo Baptista, que remodelou e modernizou todo o espaço, pela execução de um projecto do arquitecto Francisco Keil do Amaral, que deu ao edifício o seu actual desenho.
 
O Salão reabriu a 1 de Novembro de 1945, com uma lotação de 548 lugares e conhece então os seus tempos áureos até à desintegração da empresa proprietária. O património da empresa acaba por ser adquirido pela Sacil (Sociedade de Actividades Cinematográficas, Lda.), com sede em Lisboa e dona do Cinema Roma que fará várias intervenções no edifício em 1953, 1958 e 1962, sempre sujeitos à autorização e assentimento de Keil do Amaral e da Direcção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.
 
A televisão e as salas de cinema acabaram por ditar a decadência do espaço que ainda manteve atividade enquanto cinema até 1988, dedicado sobretudo ao cinema pornográfico. Ainda teve algumas utilizações posteriores mas acabou por encerrar e foi depois adquirido pela autarquia em 1996.
 
Aquele espaço vai ser agora transformado numa sala polivalente dedicada às artes, com um espaço principal para espetáculos e performances e outro para ensaios, em dois pisos.