O Governo português, liderado por Luís Montenegro, caiu hoje após o Parlamento rejeitar a moção de confiança apresentada pelo Executivo minoritário de centro-direita. Com 344 dias no poder, o Governo da Aliança Democrática (AD) não resistiu à oposição conjugada do Partido Socialista (PS), Chega, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e PAN, que votaram contra a moção, resultando no chumbo por uma maioria de 123 votos contra 107.
A crise política foi desencadeada por um escândalo envolvendo a Spinumviva, empresa de consultoria fundada por Montenegro e atualmente gerida pelos seus filhos, que levantou dúvidas sobre a integridade do primeiro-ministro. Apesar de Montenegro negar irregularidades, a oposição, liderada pelo PS de Pedro Nuno Santos e pelo Chega de André Ventura, aproveitou o caso para pressionar o Governo, já fragilizado por duas moções de censura em menos de duas semanas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá agora dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas, previstas para ocorrer entre 11 e 18 de maio. Este será o terceiro sufrágio em três anos, refletindo a instabilidade política que marca o país desde a queda do Governo socialista de António Costa em 2023.
Até à formação de um novo Executivo, o Governo de Montenegro permanecerá em funções de gestão. A campanha eleitoral que se avizinha promete ser disputada, com o PS e o Chega a posicionarem-se como principais alternativas, enquanto a AD tenta recuperar credibilidade junto dos eleitores.
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