5 Abril 2021      10:45

Está aqui

Beja tem apenas 43 enfermeiros disponíveis para vacinação da covid-19

Edgar Santos, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses no Alentejo

A Ordem dos Enfermeiros revelou que, dos 9.366 profissionais disponíveis para contratação para a vacinação contra a covid-19, no âmbito da execução da segunda fase do plano, a partir deste mês de abril, apenas estão disponíveis 43 enfermeiros no distrito de Beja. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) do Alentejo afirma que são números “normais”, avança a Rádio Pax.

A informação foi apurada a partir de um inquérito feito pela instituição, para que os enfermeiros manifestassem a sua disponibilidade para integrar o plano de vacinação delineado pela “task force”. Os dados, citados pela Lusa, demonstram que 8.956 enfermeiros declararam estar disponíveis para o fazer fora do respetivo horário laboral, enquanto outros 410 disseram estar desempregados.

A Ordem dos Enfermeiros adiantou também que os dados recolhidos para esta bolsa de recursos humanos vão ser remetidos para o Ministério da Saúde e para a “task force”, “com o objetivo de maximizar os esforços para a aceleração e massificação progressiva da vacinação em Portugal”, sem deixar de enaltecer o “elevado sentido de serviço, disponibilidade, profissionalismo e dedicação” dos enfermeiros.

Ainda de acordo com a instituição, os três distritos com mais enfermeiros disponíveis são o Porto, com 2.070 profissionais, Lisboa, com 2.043, e Braga, com 908. No extremo oposto, encontram-se Beja e Portalegre, com apenas 43 e 30 enfermeiros disponíveis, respetivamente.

Em declarações à Rádio Pax, Edgar Santos, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses no Alentejo, diz que estes são números “normais”, acrescentando que “nesta fase há poucos” profissionais “disponíveis”, uma vez que se sentem “exaustos e a necessitar de descansar”, de forma a garantirem uma prestação de cuidados de qualidade.

O responsável sublinha ainda que a “indisponibilidade” dos enfermeiros prende-se, também, com o facto da tutela “continuar a ignorar os problemas que o SEP tem apresentado”.

Adicionalmente, Edgar Santos realça que não faz sentido a atribuição do prémio de 20% que o Governo institui, este ano, destinado “apenas a alguns colegas”, nomeadamente, aos que estão no serviço covid, quando “todos estão a colaborar” para que haja uma diminuição de infeções.

 

Fotografia de vozdaplanicie.pt