9 Fevereiro 2019      09:22

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Batalha para defender o Alqueva do jacinto-de-água é de Portugal, "mais até que Espanha"

Uma equipa da Confederação Hidrográfica do Guadiana (CHG) e da Unidade Militar de Emergências (UME) espanholas retiraram nos últimos meses mais de 30 mil toneladas de jacinto-de-água do rio Guadiana, a ameaça que se aproxima de Alqueva.

“É uma grande ameaça. Enquanto que o troço que passa entre Mérida e Badajoz decorre num rio convencional e estreito, no Alqueva as margens estão a 10 quilómetros entre si. Será como entrar num mar onde se pode produzir uma quantidade enorme desta praga e quase impossível de controlar”, explicou David Catita do Departamento do Ambiente e Ordenamento do Território, numa conferência, em Mérida, com o tema ‘Protocolo de Actuação entre Espanha e Portugal para o controlo do Jacinto-de-águia, de que dá conta o Linha de Elvas.

Existe cooperação internacional no combate ao jacinto-de-água entre Portugal e Espanha mas, segundo David Catita, “O Governo vê esta situação como um assunto que Espanha está a combater. Mas a batalha também é de Portugal, mais até que Espanha”, afirmou.

O jacinto-de-água é uma espécie invasora sul-americana e que tomou conta de um troço espanhol do rio Guadiana, com cerca de 150 quilómetros. Tem sido travada uma batalha para a não propagação desta planta e para evitar que a mesma chegue a território nacional.

Esta cooperação deu origem ao projeto ACECA - Atuações para o controlo e eliminação do jacinto-de-água no troço transfronteiriço do Rio Guadiana – e envolve verbas na ordem dos 5,5 milhões de euros, cofinanciado pelo programa comunitário INTERREG, e está a cargo da Confederação Hidrográfica do Guadiana.

A EDIA - empresa gestora do Alqueva – salientou que é muito importante este trabalho realizado de modo a evitar que a planta chegue e se reproduza no Alqueva, facto que que já esteve perto de se verificar, pois um responsável da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos revelou que já houve recolha de plântulas de jacinto-de-água, no Alqueva, mas que, por terem sido recolhidas atempadamente, não deram origem ao seu típico crescimento exponencial.

Samuel Moraleda, presidente da Confederação Hidrográfica do Guadiana, apontou que desde o início dos trabalhos na luta contra os jacintos-de-água em 2004 já retiraram mais de um milhão de toneladas desta espécie do rio.

Nesta conferência os governos dos dois países assinaram um protocolo de acção para o controlo e eliminação dos jacintos-de-água nos troços fronteiriços do Guadiana, de forma a impedir que a planta chegue ao Alqueva.

 

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