11 Abril 2021      10:34

Está aqui

Barragem do Pisão dá os primeiros passos

Foi assinado, esta semana, pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) o contrato para a “Avaliação da sustentabilidade e desenvolvimento integrado dos recursos hídricos e energéticos do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato”, o primeiro passo para se proceder à empreitada de construção da denominada  Barragem do Pisão.

Estes estudos Socioeconómicos, de Infraestruturas, de Regularização de Caudais, de Aproveitamento Fotovoltaico (Centrais) e de Impacte Ambiental são essenciais para se passar ao próximo passo: o lançar dos concursos de empreitadas da barragem que poderá vir a fornecer cerca de 75% do consumo das necessidades elétricas do distrito de Portalegre.

Esta nova barragem contará com uma central fotovoltaica flutuante que será um contributo para a descarbonização na produção de energia no Alto Alentejo, com potência de 150 megawatts (MW) e capaz de gerar cerca de 275 gigawatts-hora (GWh).

A barragem ocupará uma área de sete quilómetros quadrados e poderá abastecer a população em cerca de 2,3 milhões de metros cúbicos e uma área de regadio de cerca de 10 mil hectares, através de um investimento acrescido de 50 milhões de euros.

Para o presidente CIMAA e da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Hugo Hilário, este “É o projeto mais importante dos últimos 60 anos para a região”, disse, na assinatura do contrato, no Crato.

Para esta fase do projeto estão reservados 950.000,00 €, sendo 85% comparticipados por fundos comunitários. A construção desta barragem há muito desejada representa um investimento total de cerca de 170 milhões de euros, verba inscrita no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português.

A construção da Barragem do Pisão envolve os concelhos de Alter do Chão, Avis, Arronches, Castelo de Vide, Crato, Campo Maior, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel e a barragem terá uma capacidade de armazenamento de 114M m3 de água e será fundamental para reduzir as emissões carbónicas.

A estes proveitos, juntar-se-ão os conseguidos através do aproveitamento turístico.

Este projeto hidroagrícola de fins múltiplos prevê à submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes -tal como aconteceu com a Aldeia da Luz na construção do Alqueva.

A Barragem do Pisão é considerada um projeto estratégico prioritário para o desenvolvimento da região e que pode alavancar não só o sector primário como todos os restantes sectores, potenciando o emprego, a economia, a fixação dos jovens, o combate à desertificação e o combate ao envelhecimento das populações, invertendo a tendência negativa da situação socioeconómica sentida em grande parte dos concelhos do distrito de Portalegre.

Em 1957, o Plano de Valorização do Alentejo, contemplava já a criação de grande lago para o Baixo Alentejo - o Alqueva atual e que serve também o Alentejo Central - e um lago mais pequeno para o Norte Alentejo – a Barragem do Pisão e que permitiria irrigar cerca de 10.000ha de terra.

 

 

Imagem de agroportal .pt