9 Setembro 2022      11:49

Está aqui

Barragem do Pisão com parecer “favorável condicionado”

O projeto da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, obteve Declaração de Impacte Ambiental (DIA) com parecer “favorável condicionado”, sendo escolhida a “Alternativa 2” por apresentar “impactes mais reduzidos” de entre as duas estudadas.

A informação é avançada pela Lusa, que cita a DIA do projeto: “ponderando os impactes negativos identificados, na generalidade suscetíveis de minimização ou de compensação, e impactes positivos perspetivados, emite-se decisão favorável à execução da Alternativa 2 do projeto do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, condicionada ao cumprimento dos termos e condições do presente documento”.

Note-se que a DIA do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (AHFMC), mais conhecido como Barragem do Pisão, teve decisão “favorável condicionada” no dia 1 de setembro, tendo a deliberação sido agora conhecida com a publicação do respetivo Título Único Ambiental na página de Internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Segundo o documento, duas das principais diferenças entre as duas opções estudadas são a área total de rega, que é menor na “Alternativa 2” (6 343 hectares) do que na “Alternativa 1” (6 850 hectares), e a rede de rega, que é também menor na alternativa escolhida (88,7 quilómetros”, em comparação com a preterida (101,1 quilómetros).

Além disso, na “Alternativa 2” não será construído o açude do Pisão e o sistema elevatório de reforço, nem os caminhos de acesso a estas infraestruturas.

Quanto à água, será também conduzida até aos campos agrícolas através de um sistema de condutas em gravidade, com cerca de 89 quilómetros de extensão, sendo a área total regada distribuída em blocos de rega nos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato e Fronteira, no distrito de Portalegre.

No que diz respeito à central solar fotovoltaica a instalar, a componente terrestre terá cerca de 170 hectares na alternativa escolhida, uma área inferior à outra estudada, e a solução adotada preconiza uma estrutura fixa com menores custos.

Além disso, a defende a necessidade de “garantir” que o prazo de execução do projeto (três anos), e consequente enchimento da albufeira, se compatibiliza com o “realojamento atempado de todos os habitantes” da aldeia do Pisão, localidade que vai ser submersa, e a retirada do respetivo património, garantindo a “segurança de pessoas e bens” durante esse processo.

Implementar um plano de compensação das quercíneas e de reabilitação da vegetação da ribeira de Seda que vier a ser cortada, promover o estudo, valorização e divulgação dos monumentos megalíticos nos concelhos a afetar pelo projeto ou programas de monitorização de aves, da erosão ou da qualidade da água, incluindo as subterrâneas, são outras das medidas.

 

Fotografia de agriculturaemar.com