18 Dezembro 2020      20:31

Está aqui

Banco de jardim

São espaços fechados com correntes de ar,

Todos os jardins que aqui frequento.

Há sempre um banco, — o meu lugar,

Que faz esquecer todos os jardins sem assento.

Árvores, plantas, o verde; — ó asas triunfantes!

Levantam o chão, beijam o céu, por instantes.

O céu é o lugar mais infinito para pensar,

Mas eu prefiro ficar sentado no meu banco.

Para fora do infinito não há como raciocinar

E para fora deste banco tenho todo este flanco,

Desde aquela árvore (que calou para consentir),

Até ao portão do jardim (que pulei para cair).

Os jardins que prefiro são os que têm flores;

Brancas, roxas, azuis, encarnadas; qualquer cor.

Se Keukenhof tem tulipas de todas as cores,

Então tu tens todo o universo em teu redor.

E eu, com todo o apoio deste banco de jardim,

Encontro o lugar que tem raízes em mim.

 

Imagem de hdqwalls. com

 

 

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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático.Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta.