3 Novembro 2025      10:49

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Baixo Alentejo exige apoio do Governo para doença da língua azul

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) enviou, na semana passada, uma carta ao ministro da Agricultura e Mar a reivindicar medidas de apoio para o setor agropecuário, nomeadamente para os casos de língua azul.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, a Associação de Agricultores do Sul (ACOS) adiantou que a carta, endereçada pela Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo ao ministro, alerta para as “graves consequências” que o setor está a enfrentar com a febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul.

Segundo a FAABA, o número de animais mortos é “cerca de três vezes superior ao esperado para esta época do ano”, registando-se a doença em efetivos pouco contaminados o ano passado.

“Na nossa área de influência, constatamos que a doença grassa com violência nas zonas que foram menos afetadas em 2024, embora também se manifeste de forma significativa nos efetivos acometidos no ano passado”, pode ler-se na nota.

Para os agricultores, “as vacinas autorizadas para estes serotipos não têm tido nem o efeito preventivo pretendido, nem a cobertura populacional desejada”. Além disso, os prejuízos que “não foram, longe disso, compensados pelas ajudas disponibilizadas e, ainda por cima, tardiamente implementadas”.

Na missiva, a federação assume que o setor agropecuário em extensivo vive “momentos difíceis” decorrentes “da ausência de políticas adequadas”, e a não atratividade da área deve-se à incapacidade de estimular a fixação de pessoas nos meios rurais do interior, à falta de renovação geracional no setor, à inexistência de mão de obra, às dificuldades do acesso à terra e à “insuficiência” dos apoios ao investimento.

No comunicado, a FAABA pede ao ministério, em conjunto com as organizações representativas dos produtores de pequenos ruminantes, que encontrem “soluções que contribuam para travar, ou mesmo inverter, o definhamento destes setores.

“A federação reafirma a sua total disponibilidade para participar ativamente neste processo, que deverá integrar sempre a adoção de uma nova abordagem à prevenção e controlo da doença da língua azul”, refere a mesma fonte.