8 Dezembro 2022      12:08

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Autarca espera que Capital da Cultura desenvolva o Alentejo

Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora

O presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, espera que a escolha de Évora como Capital Europeia da Cultura 2027 (CEC27) contribua para o desenvolvimento da cidade e de todo o Alentejo.

Carlos Pinto de Sá falou aos jornalistas no dia de ontem, 7 de dezembro, em Lisboa, à margem do anúncio da escolha da cidade Capital Europeia da Cultura 2027. Citado pela agência Lusa, o presidente lembrou que “neste momento Évora já está num processo de desenvolvimento muito significativo, a economia tem vindo a crescer em muitos setores”.

“Mas queremos sobretudo que haja um processo de desenvolvimento que, em primeiro lugar, trave o despovoamento que temos na região, que consigamos fixar população, que consigamos trazer população. Um processo de desenvolvimento que junte todos”, continuou o autarca.

A candidatura da cidade alentejana, criada com o conceito do “vagar”, expressão típica do Alentejo, foi a vencedora de um lote onde se encontravam também Aveiro, Braga e Ponta Delgada.

Durante o discurso feito após o anúncio final, Carlos Pinto de Sá explicou que a candidatura da cidade propôs “um conceito de vagar para a Europa”, por considerar que “a Europa precisa desse vagar”.

“Estamos numa encruzilhada e precisamos de repensar a nossa sociedade, a nossa vida, a forma como vivemos, como nos juntamos, como procuramos a felicidade”, disse o presidente. Para isso, explicou ainda, “o vagar que está radicado na identidade cultural alentejana é fundamental, não apenas para o Alentejo, mas para o país e para a Europa”.

Carlos Pinto de Sá considerou ainda que o mundo tem de “mudar para melhor” e que a cidade de Évora pretende “contribuir para esse caminho”.

À semelhança do mundo e da Europa, Portugal “precisa também deste vagar”, segundo o presidente, “para nos reequacionarmos e pensarmos para onde vamos”.

“E sobretudo, o Alentejo e Évora precisam deste projeto para, com a Cultura no centro, conseguir um processo de desenvolvimento que ultrapasse as suas dificuldades, mas que sobretudo potencie as enormes possibilidades que temos, para encarar o futuro de uma outra maneira. Vamos empenhar-nos todos, para que este processo dê certo”, declarou Carlos Pinto de Sá, que confidenciou também que a candidatura eborense é “um projeto muito ambicioso, que foi pensado um pouco fora da caixa, daquilo que seriam os trâmites normais das candidaturas, porque o Alentejo é diferente”, o que levou ao desejo de expressar a identidade cultural da região.

Évora tem já “um conjunto de infraestruturas a serem melhoradas”, explicou o presidente, exemplificando com o Teatro Garcia de Resende, que foi modernizado há pouco tempo, o Salão Central, um antigo cinema que, a partir do início de 2023, vai estar à disposição da população e da cultura, e o Palácio D. Manuel, que passou recentemente por uma renovação.

A ambição é ainda maior, de acordo com o autarca, uma vez que existe também o objetivo de proceder à construção de um pavilhão multiusos que tenha capacidade para acolher eventos de grandes dimensões.

“Queremos usar a paisagem, o montado, o espaço público para podermos fruir da Cultura, quer daquela que produzimos em Évora e no Alentejo, quer daquela que queremos trazer da Europa para o Alentejo”, adianta ainda Carlos Pinto de Sá, falando da vontade de “sair das quatro paredes”.

Carlos Pinto de Sá falou também, segundo a Lusa, sobre o programa cultural elaborado no âmbito da candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, considerando-o extremamente ambicioso e partilhando o caso de um projeto concreto.

“Desafiámos cidades e criadores a criarem esculturas para os centros históricos que, simultaneamente, possam também produzir energia. Vamos pensar em algo inovador que possa também ser exemplo. Temos vários projetos deste tipo. Um exemplo de como propomos projetos que possam contribuir para um melhor futuro”, explicou o autarca.

O município vai receber uma dotação financeira de 29 milhões de euros. Destes, 15 milhões serão provenientes de financiamento nacional, 10 milhões de fundos europeus, pelo Programa Operacional do Alentejo, e 4 milhões do Turismo de Portugal, estando estes sujeitos a candidatura, conforme fez saber Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura.

A candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura foi desenvolvida pela Comissão Executiva Évora 2027, que contou com a liderança da Câmara Municipal.

Desta comissão executiva fazem também parte a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Universidade de Évora, a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, o Turismo do Alentejo – ERT, a Fundação Eugénio de Almeida e a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo – ARPTA. 

 

Fotografia de alentejo.sulinformacao.pt