2 Julho 2021      08:58

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Associação de Beneficiários do Mira repõe caudal do rio

A Associação de Beneficiários do Mira (ABM), em Odemira, já se encontra a dar cumprimento, desde segunda-feira, à determinação para assegurar a manutenção do caudal ecológico daquele rio, disse à Lusa a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Fonte da APA explicou apenas que a associação, que gere a água da albufeira de Santa Clara, já deu cumprimento a uma determinação daquele organismo com vista à libertação de caudais ecológicos para o rio Mira.

Num esclarecimento, publicado na Internet e consultado pela Lusa, a APA referiu que, depois de ter verificado o reduzido volume de água do “espelho de água” junto a Santa Clara-a-Velha, comunicou, a 16 de junho, à direção da associação, que deveria ser operacionalizada, “com a máxima brevidade, a libertação de caudais ecológicos para o rio Mira”, devido ao impacto na saúde pública.

A determinação da APA “para acautelar valores ambientais imprescindíveis do rio, mas igualmente valores sociais” associados, “deve ser acatada com a máxima brevidade”, lê-se no documento.

Fernando Peixeiro, presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha, confirmou que, “até agora, ninguém nos disse nada, mas é verdade que o ‘espelho de água’ está a encher e que neste troço, desde a barragem até Santa Clara-a-Velha, a água já corre na ribeira”.

De acordo com o autarca, desde terça-feira que esta situação se verifica, embora “não tenha informação se é caudal ecológico ou algum lançamento que fizeram de água para o rio”.

“Temos visto o rio a correr”, prosseguiu o presidente que, apesar de satisfeito com a reposição da situação, disse não ter recebido esclarecimentos por parte da APA ou da ABM e querer saber “se é para manter ou se é pontual”.

Neste sentido, o responsável sublinhou que vai pedir informações “para perceber se isto é do caudal ecológico ou se é uma situação pontual, para, de alguma forma, calar a opinião pública”.

A APA foi alertada, na semana passada, pela Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha para o “abaixamento do nível de água” no caudal ecológico do rio Mira, tendo verificado, após uma deslocação ao local, que se tratava de “uma situação preocupante do ponto de vista da saúde pública e de salubridade”.

Na altura, em comunicado, a Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Velha, no interior do concelho de Odemira, acusou a ABM de ser responsável pela “iminente catástrofe ambiental” naquele curso de água.

 

Fotografia de viagens.sapo.pt