23 Julho 2021      10:16

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Associação de Beneficiários do Mira nomeada a prémio pelas suas más práticas

A Associação de Beneficiários do Mira está nomeada para o prémio Guarda-Rios de Luto (más práticas), uma iniciativa promovida pelo Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) que pretende alertar para aquelas que têm sido as práticas positivas e negativas nos rios portugueses.

De acordo com o GEOTA, citado pelo portal Sul Informação, a Associação de Beneficiários do Mira é “responsável pela redução do caudal da água emitido pela Barragem de Santa Clara, que resultou numa descida drástica do nível das águas, causando graves problemas de fornecimento de água para a rega de pequenos agricultores em Aljezur e Odemira”.

Os prémios Guarda-Rios vão galardoar as entidades mais e menos amigas dos rios portugueses e resultam de escolha do público, estando já abertas as votações.

“O prémio Guarda-Rios boas-práticas premeia comportamentos e ações que promovam a sustentabilidade dos ecossistemas ribeirinhos, assim como o envolvimento das comunidades na preservação dos rios portugueses”, adianta ainda o GEOTA.

Já o prémio Guarda-Rios de luto, que assinala as más práticas, “identifica as entidades que devem melhorar o seu papel na promoção de um país mais sustentável e de rios mais limpos”.

Assim, foram nomeadas 112 pessoas e entidades pelo público e o GEOTA selecionou dez: cinco para a categoria de boas-práticas e outras cinco para a categoria de más práticas. Os nomeados serão agora alvo de uma votação do público que selecionará o grande vencedor de ambas as categorias.

Entre os cinco nomeados ao prémio Guarda-Rios boas práticas está a Câmara Municipal de Loures com o projeto SEEH20 “um novo olhar sobre o uso da água”, que apresenta uma visão estratégica na gestão do recurso da água.

Os outros nomeados são a EcoSalix, uma empresa composta por uma equipa multidisciplinar que aposta na concretização projetos de engenharia natural; o Movimento Viver o Ave, cuja missão é proteger e preservar a bacia hidrográfica do Rio Ave; o Projeto Lousada Guarda Rios, que tem como objetivos a conservação e monitorização do estado ecológico dos espaços fluviais do concelho de Lousada; e o Projeto Peixe Nativos, que tem como principal objetivo monitorizar espécies ameaçadas de peixes de água doce.

Já para o prémio Guarda-Rios de Luto, além da Associação de Beneficiários do Mira, está também nomeada a Agência Portuguesa do Ambiente, por desempenhar um papel insuficiente naquelas que deveriam ser as suas responsabilidades de fiscalização e salvaguarda dos recursos hídricos.

Adicionalmente, está nomeada a Câmara Municipal de Coimbra, que tem sido alvo de contestação devido às ações de desmatamento realizadas na área entre o Rebolim e a ponte da Portela, assim como a empresa Fabrioleo, que tem sido alvo, ao longo dos anos, de diversas polémicas devido a processos de contraordenação ambiental por descargas ilegais de poluentes para a ribeira da Boa Água.

Por último, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática está igualmente nomeado, uma vez que tem sido responsável por um conjunto de más decisões, prejudicando de forma transversal o ambiente, como a aprovação da construção de grandes barragens hidroelétricas.

Os vencedores serão anunciados a 23 de agosto. O GEOTA vai atribuir o prémio ao primeiro classificado de cada categoria durante a Gala Guarda-Rios, a realizar-se no Dia Nacional da Água, a 1 de outubro, bem como uma Menção Honrosa para o segundo lugar.

As votações para ambas as categorias já estão abertas e podem ser feitas aqui.

 

Fotografia de boacamaboamesa.expresso.pt