A Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) defende a criação de um “master plan” estratégico para Sines, tendo em conta a dimensão excecional dos investimentos previstos para o território, estimados em cerca de 24 mil milhões de euros. A posição foi reafirmada por Pedro do Ó Ramos, Presidente da APS, durante a sua intervenção no XI Congresso da AGEPOR – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, onde participou no painel “Os Portos Portugueses e o Mar”, ao lado dos restantes presidentes das administrações portuárias nacionais.
Segundo o responsável, Sines vive um momento de forte transformação e necessita de um planeamento territorial integrado que acompanhe o atual ciclo de crescimento industrial, logístico e energético. Pedro do Ó Ramos sublinhou que este planeamento deve ir além da habitação, garantindo condições sociais e económicas que assegurem um desenvolvimento sustentável e equilibrado. Para o Presidente da APS, é fundamental uma estratégia que alinhe as dimensões portuária, urbana, habitacional e ambiental: «Sines está a fervilhar. Temos de planear o seu futuro de forma estruturada […]. Não podemos perder tempo neste planeamento», afirmou.
Na sua intervenção, o Presidente da APS destacou projetos em curso e em fase de captação, incluindo iniciativas relacionadas com hidrogénio verde, aço verde, combustíveis sustentáveis e transição digital do setor portuário. No âmbito do Plano Portos 5+, destacou ainda a Expansão do Terminal XXI, o lançamento do novo Terminal Vasco da Gama, bem como a melhoria das acessibilidades ferroviárias e rodoviárias ao porto. Também o reforço da capacidade operacional ao nível do LNG e o desenvolvimento de soluções para abastecimento de navios com combustíveis verdes, como metanol e amónia, fazem parte das prioridades.
Para além de Sines, Pedro do Ó Ramos destacou o trabalho que está a ser desenvolvido nos portos do Algarve, com incidência em Faro e Portimão. Em Faro, anunciou a retoma do processo de transferência de competências para o município, enquadrado na estratégia de integração porto-cidade, enquanto em Portimão adiantou que o porto deverá registar um aumento de cerca de 40% no número de passageiros de cruzeiros desembarcados em 2025. O investimento previsto em acessibilidades marítimas e dragagens deverá contribuir para impulsionar o turismo e a economia regional.
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