17 Junho 2025      10:09

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Apagão testa megacentro de dados em Sines e contrato com Schneider

Robert Dunn, CEO da Start Campus

A resiliência da tecnologia e das fontes de alimentação elétrica do megacentro de dados Start Campus de Sines, durante o apagão do dia 28 de abril, terá sido o derradeiro teste para garantir a extensão do contrato entre a Start Campus e a francesa Schneider Electric, que fornece os painéis elétricos de baixa e média tensão e as baterias ao data center.

Em declarações ao jornal ECO, Robert Dunn, CEO da Start Campus, admite que o incidente ibérico “foi uma boa prova”, e que a Schneider Electric vai “potencialmente” voltar a jogo.

Quase a começar a construção do segundo edifício, a Start Campus está a finalizar o concurso para empreiteiros e fornecedores de equipamentos e espera tomar uma decisão até ao início do terceiro trimestre.

“Nesta primeira fase, forneceram-nos a maioria do equipamento elétrico. Também já estamos a trabalhar com eles em contratos de energia renovável para as futuras fases e a encontrar parceiros de energia renovável para, pelo menos, 100MW de solar e eólica de forma a corresponder ao que antecipamos que os clientes utilizem”, adianta o CEO.

“Continuaremos a trabalhar com eles nisso, porque são produtos bastante exclusivos que estão no mercado e têm expertise no mercado energético. Em relação ao que farão nos projetos SIN02, 3, 4, 5 e 6… Estão a licitar uma vasta gama de equipamentos de energia e refrigeração, mas ainda não fizemos qualquer adjudicação”, esclarece Robert Dunn.

Note-se que, apesar de a Start Campus e a Schneider Electric terem simulado um apagão em 2024, antes de abrir portas em Sines, o derradeiro teste ocorreu quando as luzes se apagaram mesmo, no histórico dia 28 de abril.

“Em outubro já tínhamos feito uma série de testes para garantir que tudo funcionava, mas eles controlam os testes, portanto com este apagão foi interessante ver como o sistema realmente reagiu e também a equipa e a cadeia de abastecimento. Funcionou como esperávamos”, afirma o CEO, acrescentando que o staff é experiente nesta indústria e “já viu coisas assim antes”. 

Nessa cadeia de valor entram, por exemplo, a Galp e a Repsol enquanto fornecedores de combustível, que enviaram à empresa todo o diesel verde (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil) que alimenta os geradores.

Note-se ainda que uma das características do data center da Start Campus no litoral alentejano é o sistema de refrigeração dos servidores a partir do Oceano Atlântico.

 

Fotografia de startcampus.pt