A possível exploração mineira da Lagoa Salgada, situada nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, está a gerar forte preocupação entre ambientalistas, autarcas e população local. O projeto, que prevê a extração de ouro e outros metais ao longo de onze anos, aguarda apenas a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deverá ser conhecida em breve. No entanto, os opositores alertam para os potenciais impactos ambientais e de saúde pública, que poderão estender-se por várias décadas após o encerramento da mina.
As principais críticas dirigem-se ao recurso a substâncias químicas altamente tóxicas no processo de extração de ouro. Segundo várias associações ambientais, estas substâncias representam um risco elevado, com potencial para contaminar solos e cursos de água, afetar ecossistemas e provocar doenças graves. Em situações extremas, alertam os especialistas, os efeitos podem ser letais para a fauna, flora e, eventualmente, para seres humanos que entrem em contacto com materiais ou águas contaminadas.
Os autarcas das regiões afetadas já manifestaram publicamente a sua apreensão, exigindo garantias de segurança ambiental e a realização de estudos de impacto ambiental rigorosos. Por seu lado, a população tem vindo a mobilizar-se contra o projeto, receando que a mineração traga mais prejuízos do que benefícios, numa zona marcada por recursos naturais sensíveis e atividades económicas sustentáveis como o turismo e a agricultura. A decisão da APA será, por isso, determinante para o futuro da região.