7 Julho 2024      13:11

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Amar e desamar amor

Querida Anjinha, Hoje não fui valente. Hoje caí, despi-me e enrolei-me na solidão. Prendi-me à angústia e deixei cair partes de aflição que não recordava que pertenciam ao meu corpo. Ainda nua, tomba a tristeza e permanece um coração quente. Com toda a minha falta de energia, colo-me à minha sombra e começamos numa dança sinfónica profunda onde o castanho dos meus olhos formam um círculo à volta dos mesmos, onde a beleza nunca pertencera e deixo-me estar. Apesar do evidente cansaço de ser sempre a mesma melodia, envolvo o meu peito ao que nunca saiu do mesmo. Agarro-me como nunca me agarrei e sobra apenas as minhas pegadas. Apenas as minhas. E desmorono. Demoro a aceitar e há algo dentro do meu peito que apita. E com o auxílio desse som vou desmanchando cada parte do fantoche. Prometo ser mais valente amanhã. Por nós, anjinha. “Porque um amor como o nosso não é algo que morre de um momento para o outro, simplesmente é algo que não pode ser apagado (…) Não existe apenas uma forma de amar e desamar amor”.