20 Dezembro 2020      13:24

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Hoje é o dia mais curto do ano

Hoje, segunda-feira, 21 de dezembro, será o dia mais curto do ano com somente 09:27:04 horas de exposição solar.

Este é um fenómeno astronómico que acontece todos os anos entre 20 e 22 de dezembro. E o solstício de Inverno este ano, ocorrerá a 21 de dezembro, às 10h02min - segundo o Observatório Astronómico de Lisboa - marcando o início da estação mais fria no hemisfério norte, apesar de ser quando o hemisfério norte se encontra mais próximo do sol, acaba por estar exposto aos menos raios; esta proximidade atingirá o seu pico máximo a 2 de janeiro.

O inverno que começa assim, vai prolonga-se durante 88,98 dias, até ao Equinócio da primavera, a 20 de março de 2021.

Por solstício entende-se os pontos da eclíptica em que o Sol atinge as alturas (distância angular) máxima e mínima, em relação ao equador. A palavra deriva do latim (Solstitium), que provém da junção de sol e sistere, que significa "que não se move", o ponto em que o sol não se move.

Apesar de em muitas culturas modernas este dia passar quase desapercebido, em vários sítios e, sobretudo, em culturas ancestrais, este é um dia especial, pois simboliza a vitória da luz sobre a escuridão.

É um momento de relevo na China que realiza uma celebração como uma Passagem de ano. Roma antiga

Também para os romanos este dia era especial, pois marcava a Saturnália, um tempo de homenagem ao deus Saturno – Mitra na cultura persa – e que teria nascido durante o solstício, época em que se celebravam e homenageavam também outras divindades ligadas ao Sol.

Esta celebração, a Saturnália, pode estar na origem e na fixação de uma data para se comemorar o Natal, pois com a introdução do cristianismo no Império Romano tentaram apagar-se os rituais pagãos, existindo uma mistura com os ritos católicos que se confunde até aos dias de hoje.

Mas muito antes dos romanos e da Europa pré-cristã, já os escandinavos celebravam o Yule, o dia em que a Criança do Sol renasce, a data que assinala o retorno de toda uma nova vida através do amor dos Deuses.

Para os povos escandinavos, na Tradição Nórdica, o Yule, ou Jull, era mesmo considerado o Ano Novo, a luz no mundo das trevas.

Havia festivais que se comemoravam quase do mesmo modo do Natal atual, com casa enfeitadas com ramos verdes, comida, árvores enfeitadas etc. numa homenagem à natureza e com oferendas aos deuses. Sendo o fogo o elemento central, símbolo da luz e de vida, faziam-se também fogueiras comunitárias, tudo para iluminar a noite mais escura do ano.

Também os celtas o tinham como um dia especial, de renascimento, o “Alban Arthan”, um termo gaulês que significa a “Luz de Artur”.

Monumentos como Stonehenge, na Inglaterra, Newgrange, na República da Irlanda, ou até mesmo o monumento de Alcalar, no Algarve terão sido construídos para servir de orientação nestes dias “mágicos” e estão orientados para o pôr do sol do solstício de inverno e nascer do sol no solstício de verão.

No norte de Portugal, no Planalto Mirandês, acontecem todos os anos rituais ancestrais do associados ao Solstício de Inverno, como o Chocalheiro de Bemposta, os Caretos de Vale de Porco, os Velhos em Bruçó, o Farandulo de Tó (Mogadouro), o Carocho de Constantim, ou o 'Bielho e la Galdrapa' em São Pedro da Silva (Miranda do Douro), entre outros, são alguns exemplos de eventos com figuras mascaradas que existem neste território.

Rituais que misturam também o sagrado e o profano, diferentes de aldeia para aldeia, e que celebram ritos de "fecundidade e abundância".

Naquele que é, provavelmente, o local mais ritualístico do mundo, Stonehenge, este ano, devido à pandemia, o solstício de Inverno vai ser transmitido online, em live streaming, nas redes sociais da English Heritage.

 

Pesquisa e compilação TA

Imagem de sciencemuseum. org.uk