15 Maio 2021      09:03

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Alqueva com forte impacto no clima do Alentejo

Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Évora confirmaram que o gradiente térmico à superfície entre o centro da albufeira e as margens permite o estabelecimento de brisas de lago e terra, numa zona onde a albufeira tem cerca de 2 km de largura de margem a margem.

Estas conclusões estão patentes no artigo científico “Lake and Land Breezes at a Mediterranean Artificial Lake: Observations in Alqueva Reservoir, Portugal”, da autoria de Carolina Purificação, Miguel Potes, Gonçalo Rodrigues, Rui Salgado e Maria João Costados, investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora.

Este estudo foi publicado na revista especializada “Atmosphere” e nele os cientistas da academia alentejana confirmaram que o gradiente térmico à superfície entre o centro da albufeira e as margens permite o estabelecimento de brisas de lago e terra, numa zona onde a albufeira tem cerca de 2 km de largura de margem a margem.

Este investigadores conseguiram obter a duração e intensidade das brisas, sendo que a intensidade para as brisas de lago é entre 1 e 2 m/s e para as brisas de terra entre 0.5 e 1.5 m/s, verificando-se que as brisas de lago ocorrem com maior frequência entre as 07h e as 16h, e as brisas de terra entre as 17h e as 08h (UTC), resultados possíveis tendo por base os dados recolhidos no âmbito do projeto ALOP - ALentejo: sistemas de Observação e Previsão -, junto à albufeira de Alqueva,  entre 2017 e 2019.

Outro factor digno de nota, são as condições necessárias para o desencadear de cada uma das situações, brisa de lago ou de terra, avançando os investigadores que “as condições necessárias para a formação de brisas de lago e de terra são a existência de um gradiente térmico entre as margens e o centro do lago associado a condições de vento fraco".