10 Junho 2017      11:47

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ALENTEJO SOFRE COM CORTES NA SAÚDE

"PENSAMENTOS POLÍTICOS"

A norma de execução orçamental publicada e apresentada pelo Governo esta terça-feira, dia 6 de junho, que obriga os hospitais a cortarem em pelo menos 35% nos gastos com a contratação de médicos tarefeiros externos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), vai agravar este sistema que já se encontra altamente deficitário.

Estamos perante uma medida de austeridade, a qual vai por em causa o SNS. Tal como o Grupo Parlamentar do PSD tem vindo a insistir e a denunciar, este Governo coloca em risco um serviço que já se encontra deficitário. Existe um enorme défice de médicos, pelo que se torna extremamente difícil assegurar alguns serviços de saúde.

Os resultados na área da saúde têm-se degradado brutalmente. No último ano tivemos um forte desinvestimento no setor da saúde: atrasos de pagamentos a fornecedores; despesas “escondidas debaixo do tapete”; falta de medicamentos nos hospitais; falta de médicos e de enfermeiros; falhas graves de funcionamento; falta de investimentos na manutenção e conservação dos equipamentos de saúde.

Pensávamos que não voltaríamos a passar por isto. Errado! Este Governo decidiu reverter rapidamente algumas das medidas que permitiram que o País tivesse melhorado significativamente nos últimos anos. Em contrapartida, com este Governo, passamos a ter uma forte degradação dos serviços públicos. O setor da saúde é o mais atingido.

Afinal, o tão anunciado fim da austeridade é uma das maiores mentiras alguma vez apresentada na nossa democracia. A austeridade disfarçada e fingida, mas fortemente sentida pelos portugueses, vai “mostrando o seu rosto”. Esta austeridade é ainda mais sentida por aqueles que mais necessitam e menos podem.

Estes cortes na saúde vão ter um impacto extremamente negativo no Alentejo. Não tenho quaisquer dúvidas sobre isso!

Tal como já tive a oportunidade de denunciar, o Alentejo está sem médicos reumatologistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) há bastante tempo.

Também a falta de anestesistas, ginecologistas, oncologistas, pneumologistas, radiologistas e reumatologistas, pedopsiquiatras, entre outras especialidades, nos hospitais e centros de saúde do Alentejo, têm sido outras das especialidades que tenho denunciado.

Significa que, para uma região que já se encontra com grandes dificuldades, com a aplicação desta norma de execução orçamental, que obriga os hospitais a cortarem em pelo menos 35% nos gastos com a contratação de médicos tarefeiros externos ao Serviço Nacional de saúde (SNS), vai ser extremamente desastroso para todo o território.

Quem sofre são as suas gentes.

Estes cortes vão ter garantidamente uma repercussão extremamente negativa num território bastante envelhecido e com uma população de fracos recursos, como é o caso da região Alentejo.

É fundamental estarmos todos muito atentos ao que por aí vem. Não podemos consentir que a degradação do Serviço Nacional de Saúde se torne em algo normal e natural. Certamente estarei na linha da frente para denunciar e lutar contra estas injustas situações.

 

Imagem de revistaflashvip.com.br