17 Maio 2023      10:26

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Alentejo presente no 40.º Festival Ibérico de Música de Badajoz

Em ano de comemoração do 40.º aniversário, o Festival Ibérico de Música, que se realiza entre os dias 03 e 10 de junho, fica marcado pela presença da Orquestra Nacional de Espanha, dos músicos portugueses Marta Menezes e Tiago Matias e da Banda de Música de Campo Maior.

Organizado pela Sociedade Filarmónica de Badajoz, este festival conta com a Orquestra Nacional de Espanha (ONE) como “convidada muito especial”, uma vez que esta faz o seu regresso à cidade de Badajoz 43 anos depois da última visita, destaca a Delegação da Extremadura em Lisboa, em comunicado. Este concerto vai realizar-se no Palácio de Congressos de Badajoz e está marcado para as 20:00 (hora local) de 10 de junho, dia que tem um programa especialmente dedicado às comemorações do Dia de Portugal.

A Orquestra vai contar com a colaboração de Marta Menezes, pianista portuguesa, e, em conjunto, vão interpretar a “Rapsódia Portuguesa” para piano, da autoria de Ernesto Halffter. Do programa fazem também parte as "Danças Fantásticas", de Joaquín Turina, e “Scheherazade”, do compositor russo Nikolai Rimsky-Korsakov, sendo estas “obras muito populares e facilmente reconhecíveis pelo público”.

Os bilhetes para o concerto têm um custo de 15€ e podem ser adquiridos através da internet, na página do entradium, ou na bilheteira do Palácio de Congressos “Manuel Rojas” de Badajoz, a 09 e 10 de junho.

“Reunir em Badajoz, no Dia de Portugal, a Orquestra Nacional de Espanha, a pianista Marta Menezes e a Rapsódia Portuguesa de Halffter tem um significado muito especial para o Festival Ibérico de Música, que teve as suas origens em 1973, como ponte musical entre Espanha e Portugal”, revela a Delegação.

A pianista Marta Menezes ficou conhecida pelo público da Extremadura espanhola em 2021, na sequência da sua participação no XIX Ciclo de Piano ‘Esteban Sánchez’, igualmente organizado pela Sociedade Filarmónica de Badajoz. “Um concerto de alto nível, no qual o domínio técnico, musicalidade e sentido estético fundiram-se numa atuação que ficará assinalada nestas jornadas”, escreveu o crítico Justo Romero na revista Scherzo.

Premiada em diversos concursos em Portugal, Espanha e França, Marta Menezes conta com atuações em vários países europeus e também nos Estados Unidos da América, em Cabo Verde e na China, destacando-se igualmente os seus recitais no National Centre for the Performing Arts (Pekín), no St. Martin-in-the-Fields, em Londres, e no Auditori del Palau de les Arts, em Valência, entre vários outros em relevantes salas e festivais portugueses.

A “Rapsódia Portuguesa” (1937-1940) é uma composição que resultou da ligação do compositor Ernesto Halffter (1905-1989) com Portugal, especialmente com a cidade de Lisboa, acentuada pelo seu casamento com a pianista portuguesa Alice Câmara Santos. Esta obra fica, assim, marcada por várias referências folclóricas portuguesas, uma vez que o compositor se identificou com o folclore e com as raízes do país, tendo sido também um grande admirador do fado.

Este concerto encerra a edição deste ano do Festival Ibérico de Música, que tem início a 03 de junho (sábado), com várias formações de crianças e jovens músicos que vão tocar nas praças e nas ruas do centro de Badajoz com a “Música en la calle/Música na rua”, atividade tradicional que vai realizar-se entre as 12:00 e as 14:00, com alunos e professores de centros de formação, como as Escolas Municipais de Música de Badajoz ou o Conservatório Profissional ‘Juan Vázquez’ e ainda a Banda de Música de Campo Maior.

No dia 09 de junho, Portugal volta a ser destaque no programa do festival, devido à presença de Tiago Matias, guitarrista português, que vai apresentar o programa "Códice de Coimbra", um repertório de música dos séculos XVII e XVIII para guitarra barroca. O seu concerto realiza-se na Igreja da Concepción e tem início marcado para as 20:30.

O programa "Códice de Coimbra" junta a música do Códice M.M.97 de Coimbra com o repertório europeu da época do manuscrito, especialmente com a música de Itália, França e Espanha, unindo géneros do códice, como fantasia, cubanco, capona, alemanda, rojão, meninas de Montemor e sarambeque, de Cordovil, Sylva, Pepo Licete, Marques e Abreu, e obras instrumentais mais comuns da Europa daquele tempo.

O disco com este projeto, chamado "Cifras de Viola", esteve entre os nomeados dos prémios Play Awards de música clássica em Portugal.

A entrada para este concerto é gratuita, embora seja limitada à lotação do espaço.

Tal como referido anteriormente, a origem do Festival Ibérico de Música de Badajoz remonta ao ano de 1973 e, ao longo do tempo, este evento “foi ganhando prestígio musical”, tendo contado com a participação de “destacados intérpretes internacionais ou as melhores orquestras portuguesas”, como a Orquestra Gulbenkian ou a Orquestra do Porto, entre outras. 

As propostas apresentadas nos programas deste Festival passam por diferentes estilos musicais, como a música medieval, o jazz ou a música contemporânea, e por diferentes intérpretes nacionais e internacionais, sendo prestada “sempre uma especial atenção à presença de artistas locais, da Extremadura, mas também do país vizinho, Portugal”.

O Festival Ibérico de Música é patrocinado pela Junta de Extremadura, Diputación de Badajoz, pelo Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças (GIT) e pela Câmara Municipal de Badajoz e conta ainda com a colaboração de várias outras entidades.

 

Fotografia de federacaobandasportalegre.pt