20 Dezembro 2021      12:09

Está aqui

Alentejo na cauda da Europa!? Que fazer...?

A «rapaziada» da minha geração, e das outras que lhe são próximas, bem se lembra de como há mais de 40 - quarenta - anos, todos nós portugueses sofríamos o complexo de estar na «cauda da Europa», alternando algumas vezes com a Grécia, mas definitivamente sempre nos últimos lugares do Ranking Europeu de acordo com a análise dos indicadores macroeconómicos. Estabilizado o processo democrático, iniciada a integração Europeia, com a vinda de muitos milhares de milhões de euros, moeda a que entretanto aderimos, ainda houve alguns «fogachos» de crescimento no percurso, mas, cá estamos, 40 e tal anos depois, NA MESMA!!!

Aliás, neste aspecto não é bem na mesma, É PIOR!!! Porque entretanto os «pobrezinhos» países de Leste, ex-vítimas da «cortina de ferro», que na altura nem contavam para a «cauda da Europa», lá conseguiram entrar, há muito menos anos que nós, e hoje já estão todos à nossa frente, ou à beira disso!

Sabendo-se que também o Alentejo, segundo muitos indicadores, mais numas zonas que noutras, se encontra na generalidade na cauda do país, encontrando-se este na cauda da Europa, isso coloca-nos numa posição tal, dupla e redundantemente na cauda, que por mera cautela, será conveniente os alentejanos estarem bem munidos de papel higiénico...e de folha dupla, que ainda é mais caro!

Mas, ultrapassada a triste ironia, temos é que ver se há ou não solução, sem terem de passar mais 40 e tal anos para perceber se há ou não há!!!

É CLARO QUE HÁ SOLUÇÃO! Mas é preciso que se adoptem JÁ as políticas nacionais e regionais que são necessárias, tendo consciência que no caso do Alentejo o esforço exigido tem de ser muitíssimo maior!

Ora as políticas nacionais e regionais levam-nos às eleições! Quer se queira, quer não, é aí que se começam a desenhar as tais políticas, de cuja execução ou não depende o nosso futuro! É absolutamente necessário que os eleitores tenham profunda consciência disto, desde logo para não deixarem de votar! Têm de perceber que a abstenção é uma demissão cívica, injustificável e inaceitável para todos os que minimamente se preocupam com o futuro da sua terra e dos seus familiares! Bem sei que muitos pensam que afinal «são todos iguais», «que vem tudo a dar ao mesmo», que afinal não vale a pena o esforço. Que eleger um par de deputados, não aquece, nem arrefece! Por favor não pensem assim! Quando este for o pensamento dominante, ESTÁ TUDO PERDIDO! É sinal de conformismo, é sinal que desistimos!

O combate para sair da cauda do país e da Europa começa no nosso voto! Que tem de ser um voto esclarecido! Um voto informado por uma opção de futuro, por uma escolha de vida que traga o desenvolvimento económico e social que todos pretendemos.

Não deve ser um voto «por inércia», um voto «por clubismo», um voto «um bocado ao calhas», mas sim um voto no projecto de sociedade que confiamos nos fará sair da cauda da Europa! Para isso temos que exigir clareza aos candidatos, apresentação detalhada das medidas fundamentais que propõem para nos tirar da cauda e fazer a economia crescer ao nível desejado.

Porque TUDO DEPENDE DO CRESCIMENTO ECONÓMICO: Níveis de emprego, salários, pensões, sistemas de saúde e assistência social, redução de impostos e da dívida pública, etc.

Parecendo não haver dúvidas que por sua vez também o crescimento económico depende fundamentalmente do crescimento e fortalecimento do tecido empresarial, que é assim eixo incontornável e insubstituível da solução que nos pode retirar da cauda e inerentes preocupações com o papel higiénico...

 

Jorge Pais Presidente NERPOR-AE

------------------------------

Natural de Portalegre, onde reside, Jorge Pais preside ao Núcleo Empresarial da Região de Portalegre (NERPOR). Casado, com um filho, licenciou-se em Direito e tem formação complementar em economia. Jorge Pais é ainda vice-presidente da CIP