24 Janeiro 2022      10:33

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Alentejo corre risco de entrar em seca extrema

A situação de seca que se estende a praticamente todo o território do continente continua a agravar-se com a falta de chuva, com o mês de janeiro a confirmar esta tendência que se vem acentuando desde o verão.

De acordo com os climatologistas, citados pela Renascença, tudo indica que o Algarve e o Alentejo entrem, em breve, na categoria de seca extrema e que o resto do país evolua de seca fraca para seca moderada.

Vanda Pires, do Instituto do Mar e da Atmosfera, explica que, “em dezembro, nós tínhamos uma situação de seca em praticamente todo o território”, sendo que a região Sul era a região mais afetada, porque tinha uma intensidade maior da situação de seca.

Já a região Norte e Centro, segundo a climatologista, já está, desde novembro, nesta situação de seca fraca. “Já são dois meses e irá evoluir, agora, para um terceiro mês; inclusive, o Nordeste de Trás-os-Montes já tem alguns locais com a classe de seca moderada”, assinala.

Segundo Vanda Pires, tendo em conta que nestas primeiras semanas de janeiro os valores de precipitação são muito abaixo daquilo que é normal para esta época, “espera-se que esta situação se agrave, não só na região Norte de Centro, que deixe de estar na seca fraca e evolua para as outras mais intensas, e também na região Sul, que poderá, nalguns locais, já chegar à seca extrema”.

Recorde-se que a situação de seca que o país atravessa não surpreende os especialistas, pois tem sido assim nos últimos 20 anos.

“Isto vem já num contexto deste aumento destas frequências de secas que nós temos estado a verificar, nestes meses de outono e inverno. Tem sido frequente nestes últimos 20 anos, desde 2000”, refere a responsável, realçando que “este é mais um episódio que mostra este aumento destas situações de seca na bacia do Mediterrâneo”.

“Neste momento, teria que chover muito acima do normal, para normalizar os valores. Mas, tendo em conta que já estamos apenas a uma semana do final do mês, também não é o ideal, do ponto de vista dos impactos e do setor agrícola, que ocorra precipitação assim tão elevada, concentrada em muitos poucos dias, porque isso também não é bom para os solos de repente receberem alguma precipitação com muita intensidade e em pouco tempo”, explica.

Segundo a climatologista, o ideal seria “começar a chover gradualmente e que se mantivesse durante o mês de fevereiro e, eventualmente, durante o mês de março, não só para diminuir e até mesmo para terminar esta situação de seca”.

 

Fotografia de semmais.pt