Alentejo: Complexo Arqueológico dos Perdigões já é monumento nacional

Foi aprovado pelo Governo, em reunião de Conselho de Ministros, o decreto que classifica como sítio de interesse nacional – ou monumento nacional - o Complexo Arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz.

Na base desta decisão estiveram as "dimensões monumentais" e o "bom estado de conservação" de todo o complexo Arqueológico dos Perdigões, além da “excecionalidade dos materiais nele recolhidos, que identificam uma ocupação por um período superior a mil anos"; assim, e sendo um “conjunto de superior relevância histórica, cultural e científica com elevado potencial de valorização".

Este povoado dos Perdigões com origem no final do Neolítico, há cerca de 5.500 anos - sito numa área pertencente à Herdade do Esporão - é alvo de estudos arqueológicos há mais de 20 anos e presume-se que tivesse durado cerca de 1500 anos, até ao início da Idade do Bronze, de acordo com a autarquia.

Este povoado é constituído por fossos concêntricos escavados na rocha, que culminam num centro geométrico, ocupando uma área total de 16 hectares, o complexo revelou uma necrópole e um recinto cerimonial megalítico.

Parecido com um Stonehenge invertido, este monumento tem suscitado o interesse científico nacional e internacional e os estudos têm sido levados a cabo pela Era-Arqueologia, que terá sido um santuário onde se praticavam rituais ligados à morte, ao culto dos antepassados e ao mundo simbólico, com grande relevo e onde vinham populações de várias regiões e continentes.

António Valera, arqueólogo que dirige as escavações, considerou mesmo esta descoberta uma "descoberta única" em Portugal e que, ao contrário do convencionado pelo cinema e pelo imaginário e que mostra o Homem pré-histórico como rude e brutamontes, mostra uma “simbiose com o mundo natural” e que na “Pré-História havia um grande grau de sofisticação que está muito longe do preconceito."

A descoberta deixou o mundo da especialidade fascinado e há mais factos curiosos em relação aos Perdigões como o facto de ser um complexo mágico-religioso em que os sepulcros não são antas e que só em 1997 começou a ser escavado, após ter sido descoberto em 1983.

Na Herdade do Esporão, na sua famosa torre, existe um museu que pode ser visitado e onde estão expostas centenas deste monumento.

Imagem de imagens.publicocdn.com

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