13 Junho 2021      12:37

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Alentejano Mário Moita celebra hoje 40 anos de carreira

O artista alentejano Mário Moita comemora hoje 40 anos de carreira.

Estreou-se nos palcos nas Festas de Santo António de Reguengos de Monsaraz, a sua terra, a 13 de junho de 1981 com 10 anos perante cerca de 3000 pessoas,.

Ao iniciar os seus estudos de piano no conservatório de musica de Évora conheceu o pianista Fortunato Murteira e o grande compositor de Fados Alberto Janes , seu conterrâneo, e que lhe deixou todo o seu espólio de partituras de Fados para Piano.

Em 1990, Mário vai para os Açores estudar Engenharia Zootécnica mas nem assim se afastou da música, pois fundou um grupo musical que iria dar origem à Tuna Sons do Mar. Dois anos depois regressou a Évora e ao integrar a Universidade fundou a mítica “Tuna 6 tetos”.

Desde então, Mário percorreu já mais de 40 países e 15 estados do Brasil, em festivais, teatros, muitas festas e programas televisivos como o de Jô Soares.

Pioneiro do Fado ao Piano neste século, tem publicado livros, sempre com as suas raízes andaluzas e alentejanas nos mostrando sua voz e seu talento nas diversas formas musicais.

Hoje, dia 13  de junho será lançado um vídeo comemorativo dos seus 40 anos de palcos e onde promove o seu ultimo trabalho, um DVD ao vivo no Brasil !

Em 2016, o Mário foi entrevistado pelo Tribuna Alentejo, uma entrevista que hoje recordamos:  

Tribuna Alentejo (TA): Apresentas-te perante o público pela primeira vez aos 8 anos. De onde te vem o gosto pela música? Tens ou tiveste mais músicos na família ou foste um pioneiro?

Mário Moita (MM): Os meus pais sempre viajaram muito pela Europa, e quando eu tinha uns 5, 6 anos trouxeram-me um pequeno teclado, e eu comecei a tocar várias músicas de ouvido. O gosto pela música vem dos meus pais. Tenho uma história muito curiosa, pois eu chorava como qualquer criança e a minha mãe descobriu que se colocasse música clássica a tocar eu me acalmava, e assim parece que ouvi dezenas de discos quando era bebé. Tenho vários músicos na família, nomeadamente um primo da minha avó que foi o 1.º Oboé do São Carlos, e professor do Conservatório  Nacional.

 

TA: O que guardas como memória mais forte quando cantaste para os seus conterrâneos pela primeira vez?

MM: As pessoas faziam gosto em me cumprimentarem e darem-me os parabéns.

 

TA: Mantiveste-te ligado à música até à ida para a Universidade ou é o ambiente académico que te estimulou a voltar a ela?

MM: Mantive-me sempre ligado à música, pois estudei na academia de música eborense. Durante a Universidade participei no programa de televisão, na SIC, Chuva de Estrelas, o qual foi um impulsionador na minha carreira. 1 ano antes, em 1992, fundei o Grupo Académico Seistetos.

 

TA: Compreendemos que a tua ligação especial ao Brasil e o carinho que o Brasil te tem dedicado comece na língua que nos une. Mas e o Japão? Como se estabelece essa ligação?

MM: O Japão é um pais que estabeleço desde 2000 um laço de amizade incrível.

Fui convidado para participar num programa da Tv Asahi, com uma das grandes artistas Japonesas (Anri) e em 2001 dei início a uma série de tournées que me levaram a dezenas de cidades, e de teatros. Tem sido uma experiência única.

  

TA: Como se carrega a responsabilidade de subir aos palcos no estrangeiro e ter essa missão exigente de estar a representar-se também o país e a sua cultura?

MM: Carrega-se com naturalidade, e com o sentimento que os nervos só atrapalham (risos).

Desde 2001 que desenvolvi no Japão um tipo de espectáculo cultural, que ainda hoje não se faz pelo mundo Português. Associo Cultura, História e Música nos espectáculos. Como? Só vendo dias 17 e 18 no Garcia Resende.

 

TA: E como surgiu a amizade com Jo Soares?

MM: Surgiu com o inicio de trabalho com um grande produtor Brasileiro que era e é muito amigo dele.

 

TA: Sabemos ser um sonho antigo teu atuares no Teatro Garcia de Resende em Évora e é difícil compreender como isso só acontece agora. O que antecipas para os concertos de 17 e 18 de Setembro?

MM: Antecipo que irei fazer 2 grandes espectáculos, para que o publico eborense entenda porque corro tantos países, tantos teatros pelo mundo e tenho tanto sucesso além fronteiras. Serão espectáculos onde o principal é o público, e não o artista. Vão entender quem for ao Garcia...

 

Fotografia de João Fructuosa