18 Novembro 2022      11:31

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Agricultura sustentável é ensinada há mais de 20 anos em Elvas

Embora hoje em dia se fale cada vez mais de agricultura sustentável, este assunto não estava na ordem do dia quando, em 2000, o Instituto Politécnico de Portalegre anunciou o lançamento da licenciatura bietápica (com uma duração dividida em três + dois anos) em Engenharia Agrária e Desenvolvimento Regional, ramo de Agricultura Sustentável.

Francisco Rodrigues, coordenador do Mestrado em Agricultura Sustentável, contou ao Jornal Económico que, logo nessa altura, foi possível perceber, através da observação do caminho pioneiro trilhado por alguns organismos internacionais que trabalhavam na área da sustentabilidade, que seria por aí que teria de passar o futuro da agricultura.

Este seria o primeiro passo que, sete anos depois, levaria a Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE), pertencente ao Instituto Politécnico de Portalegre, a consolidar a sua visão inovadora, através da criação do Mestrado em Agricultura Sustentável. O plano de estudos deste Mestrado foi revisto no ano de 2012, altura em que foram criadas aquelas que são as suas atuais unidades curriculares, porque, embora em 2017 tenha sido feito um pequeno ajuste, os seus nomes e conteúdos não sofreram alterações.

Todo este percurso denota, ainda de acordo com o Jornal Económico, que a ESAE sempre demonstrou ter uma visão inovadora, o que fica ainda mais patente devido ao facto de ter sido apenas em 2015 que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, onde a prática da agricultura sustentável surge como o 2.º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Outros avanços aconteceram já em 2020, ano em que a Política Agrícola Comum (PAC) ganhou novas orientações, com a aposta na agricultura sustentável a surgir no Green Deal (pacto ecológico europeu) e no F2F (Farm to fork – Estratégia do Prado ao Prato).

Fazendo uma comparação entre as unidades curriculares que compõem o plano de estudos e as linhas da PAC com os seus Eco-Regimes, Francisco Rodrigues nota que estes praticamente coincidem, sublinhando que a ESAE acabou por se antecipar à estratégia delineada pela União Europeia para a agricultura até 2030.

O Mestrado em Agricultura Sustentável da ESAE é único no país: tem 15 edições consecutivas e conta com as 20 vagas preenchidas, que não chegam para o número de candidatos.

Cerca de metade dos alunos são de fora de Portalegre, embora os números sejam diferentes de ano para ano. Nos anos mais recentes, tem havido também um aumento da procura por parte dos alunos que concluem o curso de Agronomia na ESAE, que optam por continuar os seus estudos prosseguindo para o mestrado. Para além disto, muitos alunos já estão inseridos no mercado de trabalho quando começam este curso, procurando-o essencialmente para atualizar os conhecimentos sobre o tema.

Através deste mestrado, que tem uma taxa de empregabilidade de cerca de 100%, os alunos que concluam a parte curricular são também reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como Técnicos de Agricultura Biológica e Técnicos de Produção Integrada, passando a figurar, de forma automática, na lista nacional de técnicos reconhecidos nestes meios de produção associados à sustentabilidade.

 

Fotografia de cm-elvas.pt