8 Agosto 2017      15:35

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AGRICULTORES DE PORTALEGRE: GOVERNO REAGIU TARDE À SECA

A presidente da Associação de Agricultores de Portalegre, Fermelinda Carvalho, criticou o que apelidou de "reacção tardia" do governo perante a seca que atinge as explorações agrícolas do Alto Alentejo.

Para Fermelinda Carvalho a reacção do Ministério da Agricultura não só é tardia como insuficiente. Aos microfones da Rádio Portalegre a dirigente considerou que o ministério de Capoulas Santos devia ser mais célere na disponibilização de medidas, que permitam fazer face aos efeitos da seca e sublinha que os apoios disponibilizados, até agora, são "manifestamente insuficientes".

Fermelinda Carvalho diz ainda que um dos problemas mais graves da seca é o abeberamento dos animais e que o governo devia permitir que os animais bebam diretamente das barragens, uma medida extraordinária defendida pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

Mais de 95% do território nacional está em seca, sendo que segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), 16,5% do país está em seca moderada, 70% em seca severa e 9% em seca extrema. O Alentejo é a principal região afetada e, sobretudo no Baixo Alentejo (Moura e Castro Verde), registaram-se 5 dias consecutivos em que as temperaturas ultrapassaram os 40.º.

A escassez de água já levou a medidas de controlo ao consumo. sendo que foram decretadas restrições em pelo menos 15 concelhos alentejanos, onde não se pode encher piscinas. lavar os carros e até regar os jardins públicos, tudo para garantir as necessidades de consumo humano. Mas mesmo assim alguns concelhos já estão a ser abastecidos de água com recurso a autotanques, como são o caso de Mértola e de Odemira, onde os furos de captação existentes já não dão resposta às necessidades da população.

O governo acompanha de perto a situação, através de Comissão de Monitorização e Prevenção da Seca, articulada com os autarcas alentejanos, e vai implementado mais restrições dada a gravidade da situação. Esta semana proibiu o beberamento de animais na albufeira do Monte da Rocha, em Ourique, o uso agrícola da água da Barragem da Vigia no Redondo, distrito de Évora, que está a ser controlada diariamente e que está já abaixo dos 20% da sua capacidade, e vai remover os peixes das albufeiras do Divor em Arraiolos e de Pego do Altar, em Alcácer do Sal.