A Plataforma Sim ao Aeroporto Internacional de Beja já se encontrou com João Galamba, ministro das Infraestruturas, na passada segunda-feira (13), e revelou que se tratou de “uma reunião positiva”, durante a qual foi discutida a “importância estratégica” do aeroporto.
“Com o ministro foi uma reunião positiva. Entregámos um dossiê digital com todas as informações do trabalho que temos vindo a desenvolver sobre a importância do Aeroporto de Beja”, revelou Manuel Valadas, membro da comissão dinamizadora da plataforma cidadã, à agência Lusa.
Na passada segunda-feira (13), uma delegação da Plataforma Sim ao Aeroporto Internacional de Beja rumou até Lisboa para participar em duas reuniões: a primeira, com João Galamba, e a segunda, com o gabinete do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.
Durante a reunião com o ministro das Infraestruturas, a delegação fez questão de sublinhar “a importância do aeroporto não só para toda a região” alentejana, mas também “no âmbito de uma eurorregião do sudoeste ibérico”.
Juntamente com o Porto de Sines e com a Barragem de Alqueva, o Aeroporto de Beja “é um dos três pilares fundamentais” do Alentejo e “tem uma importância estratégica”, defendeu, acrescentando que, para que isso se verifique de facto, é imperativo que “sejam criados os meios que são necessários a essa resposta global”.
A plataforma disse também ao ministro que o Aeroporto alentejano pretende ser complementar aos aeroportos de Faro e de Lisboa.
“Voltámos a explicar que esta comissão dinamizadora da plataforma nunca fez qualquer referência informando que o Aeroporto de Beja era para substituir Lisboa. Achamos é que, tecnicamente, e isso foi provado, o aeroporto tem condições para funcionar como complemento a Lisboa e Faro em alturas de pico”, sustentou.
Manuel Valadas salientou que João Galamba também está informado sobre esta questão, recordando que, na semana passada, o ministro afirmou que, “em princípio”, o Aeroporto de Beja vai ser utilizado para assegurar a conectividade aérea durante a realização da Jornada Mundial da Juventude, que acontece em Lisboa, no início do mês de agosto.
Ainda assim, de acordo com a plataforma, aquilo que “está a atrapalhar” o aproveitamento desta infraestrutura é o facto de o Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030), elaborado pelo Governo, não prever “a modernização e eletrificação da ferrovia entre Beja, Funcheira e Ourique, com um ramal para o aeroporto, num percurso de 50 quilómetros”, numa fase em que, no caso do Alentejo, “80% dos custos ainda são a fundo perdido”.
“Com esta melhoria da linha e a sua eletrificação estimamos uma viagem entre o aeroporto e o Algarve de 55 minutos ou menos e, também com a reestruturação da linha para Lisboa, é possível chegar a Sete Rios no máximo em 70 minutos”, notou, considerando “quase um crime não se utilizarem fundos comunitários” para as obras referidas.
“O ministro foi muito pragmático, dizendo que também ele considera que se tem que aproveitar de uma forma séria o Aeroporto de Beja. No PNI2030 não há verba alocada a isso, mas não excluiu a hipótese de, eventualmente, se arranjarem condições para que esse troço de 50 quilómetros seja modernizado e eletrificado”, informou o membro da comissão dinamizadora.
Na segunda reunião do dia, a plataforma encontrou-se, na Assembleia da República, com o adjunto de Augusto Santos Silva, que recebeu a petição, que já ultrapassou as 3.000 assinaturas, e o dossiê digital dedicado ao aeroporto alentejano.
Manuel Valadas deixou ainda um apelo à participação da população alentejana, uma vez que a recolha de assinaturas para esta petição vai prosseguir “durante mais um mês ou mês e meio”.
O objetivo é levar o documento a discussão na Assembleia da República.
Fotografia de sol.sapo.pt
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