10 Dezembro 2017      22:55

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ACÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL

Esta semana uma reportagem da TVI denuncia a gestão feita pelos representantes da Associação Raríssimas, mostrando exemplos de desvio de fundos para benefício pessoal da sua Presidente.

Confrontada com estas acusações, veio a associação recusar as mesmas, justificando os elevados custos com roupas de marca e veículos automóveis, com a necessidade da boa apresentação da sua representante.

Ora, tendo em conta o objecto social da instituição em causa, o normal seria que todos os fundos fossem colocados à disposição dos seus representados e não dos seus representantes.

A imagem é sem dúvida importante, mas torná-la uma prioridade em detrimento daqueles que a associação deverá proteger mais não é que um claro abuso de poder.

Infelizmente, esta não é um caso único em instituições de solidariedade social em Portugal.

Nos anos em que fui dirigente associativa, tive oportunidade de trabalhar de parte com algumas instituições e observar que de facto existem instituições que se preocupam e em que os seus representantes colocam tudo de si e outras em que a situação é bem diferente.

Situações houve em que determinada instituição pediu preferência por roupa de marca, por ser essa que os meninos mais usam e gostam, quase dando a entender que outro tipo de roupa não seria utilizado não obstante as boas condições da mesma.

É certo que muitas instituições se preocupam verdadeiramente e que fazem um trabalho digno e exemplar, no entanto, todos estes maus exemplos acabam por prejudicar as primeiras.

É por isso que muitas pessoas deixam de prestar apoio a instituições. Dada esta desconfiança causada por este tipo de atitudes, aqueles que verdadeiramente se preocupam e vivem quase em exclusivo do apoio e trabalho dos seus voluntários, bem como todos os seus beneficiários.

É necessária uma maior fiscalização mas, acima de tudo, a tomada de medidas concretas que punem aqueles que usam e abusam das necessidades daqueles que deveriam proteger.

Este tipo de denúncias é um passo, mas o caminho não pode ficar por aqui.

Imagem de capa de Jorge Paula