14 Julho 2024      17:47

Está aqui

À hora marcada

Como se estivesse a espenicar. Como quando queremos chamar alguém para a realidade.

Como se estivesse a berrar lá dentro. Treme tanto. Agita e nem sequer movo um pé.

Como se estivesse a querer sair e se encontrasse perdido sem encontrar uma das saídas.

Menos um; ou será apenas mais um?

O calendário deixou de fazer sentido e guio-me pelos desejos que pedi à lua. Pelos meus desabafos, pelos meus suspiros tão profundos quanto o mar. É assustador.

À hora marcada, os meus ouvidos guiam os meus pés gelados pelo barulho da noite. Cada passo tem um sentimento diferente gerando o caos. Sou agarrada pela ânsia. Torturada pela doença. Amada pelo desassossego. 

A impressão dos olhos a tremer é verídica e faço um estudo do que está ao meu redor. É tudo tão superficial. Tão laranja e repulsivo. A falta de confiança roda pela minha íris e deixo-me afogar nela.