23 Abril 2018      11:29

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44 anos de liberdade

Esta semana assinala-se o 44º aniversário do 25 de Abril. Numa altura em que se celebra a liberdade é importante analisarmos em que estado se encontra a nossa liberdade actualmente.

Numa era em que é cada vez mais fácil expressarmo-nos, não deixa de ser curioso que quase todos de nós já tenhamos sido alvo de um tipo de censura que vem não do Estado, mas da ditadura do politicamente correcto.

Rara é a semana em que não surge uma polémica sobre algo que alguém, usando da sua própria liberdade, a vê restrita pela equipa do politicamente correcto.

Segundo esta equipa, se não concordamos com algo então esse mesmo algo não pode ser dito.

Casos há em que pessoas deixam de expressar a sua opinião por sentirem receio das eventuais consequências que essa mesma frase possa vir a ter.

Não deixa de ser uma clara forma de desrespeito aos Capitães de Abril que nos deram a nossa liberdade que actualmente muitos se sintam censurados.

Havendo respeito pela opinião de terceiros nenhuma pessoa se deve sentir intimidada por transmitir a sua opinião ou por pessoas que em vez de contradizerem essa opinião apenas sabem ofender.

Todos nos devemos sentir livres para dizer o que pensamos e por dizer que não concordamos com determinada opinião. Agora não podemos é confundir ofensas com opiniões fundamentadas.

Liberdade é também respeito aos valores da justiça e de defesa. Nunca como antes se assistiu a tanta violação do segredo de justiça. E esta semana atingiu-se o cúmulo com a divulgação de imagens de inquérito em processos judiciais.

Independentemente de culpa ou inocência dos seus intervenientes, o que assistimos nesta área é a total inversão das prioridades jornalísticas. Em lugar da informação, dá-se protagonismo e a títulos sonantes, colocando-se as vendas em lugar da verdade.

Na semana em que assinalamos a liberdade, deixo aqui uma velha máxima de Voltaire que anda muito esquecida nos últimos tempos:

“Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até à morte o direito de o dizeres.”

Imagem de capa de mediotejo.net