Entre linhas gordas e pretas rescrevo-nos em sonhos que contrastam com a esperança. Que cheiram a reminiscência e cantam desolados. Um cheiro familiar e permito-me cair em câmara lenta, de joelhos, com olhos semi cerrados, ameaçando fechar a qualquer instante sem eu dar conta.
Relatos de um amor infinito que vibra nas nuvens.
Vês a mesma lua que eu?
Deixas-te enfeitiçar por ela?
Que ela te abrace como abraçara em dias famintos por amor. Desejo. Ternura. Fogo. E fado.
Um. Dois. Três. Quatro e cinco. A sorte tornou-se o (nosso) azar.
Puxo os joelhos encostando-os ao queixo, fazendo pressão contra o mesmo e entrelaço as mãos. Deixo-me ficar. Pela luz da lua, pelos gritos suplicantes que fogem pelo olhar com recurso à melodia melancólica que se criara, e pela ansiedade. .
Miro os meus braços e a forma como as minhas sobrancelhas reagem rasga algo dentro do meu corpo. Aperto-me mais contra mim. É só com isto que posso contar.
Cinco, quatro, três, dois e um.