Está aqui

Artigos publicados

Cintura de vespa

Émilie Marie Bouchaud, mais conhecida por Polaire, num outro mundo que não é o nosso, era atriz e de muito sucesso. Viveu há muitos anos numa cidade francesa e tinha uma particularidade que fazia dela não só uma atriz muito famosa, mas também uma figura única. Polaire era uma vespa. Tinha, por isso mesmo, uma delicada e definida cintura de vespa.

O sapo encantado

Num reino muito distante, onde as árvores não falavam, onde os habitantes vestiam roupas de encantar, onde todos falavam a cantar, havia um habitante especial. Tão especial que merece uma fábula nossa. Chamava-se Teodoro e era um sapo. Vivia, num mundo em que os sapos eram simples plebeus e gente de baixa e má rês. Teodoro tinha um sentido de justiça muito especial. Fugia do padrão do resto dos sapos e das rãs, mas mesmo assim conseguia entrar nos nervos de algumas espécies com capacidades mágicas.

Única

Esta semana fala-se de um ser único. Era tão singular que só tinha uma célula. Era unicelular e, por isso mesmo, muito pouco interessante. Muito pouco não. Nada interessante. Chamava-se Ameba e não se passava nada com ela. Não pensava, não andava, não cantava. Falar, também não falava. Que eu saiba, nunca fez um telefonema aos amigos, nem menos se dignou a mandar prendas a nenhum deles. Também não tinha braços ou pernas para o fazer. Gostava que a ameba, esse ser único pudesse ter muito mais para contar e poder dar-vos maravilhas sobre a sua existência.

Don Ki

Sozinho. Era um ser que estava sempre sozinho. Numa vida como a sua, a companhia era algo raro e quando acontecia, não era nada de positivo que a acompanhava. Chamava-se Ki e toda a gente o tratava por Don Ki. Talvez por ter nascido e por viver na Coreia, mas era uma forma de respeito. Pelo menos assim pensava.

Don Ki nascera numa província longínqua do pais, muito longe do paralelo 39. Nunca tinha ido a Seoul nem sabia que lá tinham tido lugar jogos olímpicos há muitos anos. Já teria nascido nessa altura mas não tinha televisão.

Madam Patchouli

Quando se é uma lady, é-se uma lady em todos os sentidos da palavra. Nada dessas músicas que se cantam por aí de uma lady na mesa e outra coisa noutros sítios.

A moça que se ria e ria e ria...

Que melhor forma de começar o fim-de-semana se não com uma fábula sobre uma moça que se ria e ria e ria? Muitas histórias são trágicas, mostram aspetos da vida dos animais e das pessoas que nos fazem pensar.

Esta não, esta é uma história sobre uma moça simples cuja principal característica era a sua capacidade de se rir desde que nascera.

Na localidade onde nasceu e residiu toda a sua vida, não tinha nada. Nem televisão, nem internet... os seus dias eram o mais entediante e tedioso possíveis. Nada na sua vida pasmaceira era digno de registo.

Malagueta

Numa terra muito distante, onde era de noite quando aqui é de dia, havia uma ilha, perto de outra ilha ainda maior. Lá, onde a água roda ao contrário do que cá deste lado, morava um ser execrável.

Lagartixa de pés frios

Num mundo paralelo ao nosso, viviam seres imaginários e seres sem imaginação. Nesse mundo, paralelo mas não distante, vivia uma lagartixa roxa com bolinhas amarelas. Era um animal muito requintado. Não havia naquele mundo nenhuma igual a ela.

Nesse mundo, os animais que eram imaginários tinham nomes. Os outros não tinham nada. Lagartixa não tinha nada. Tinha nascido sem poder escolher o que era. Se soubesse, teria preferido nascer um ser imaginário e poderia ser quem quisesse.

A caravela portuguesa

São dois dias na vida de uma alforreca. São dois dias na vida de um ser do mar que viaja ao sabor das águas. Porém, esta não era como as outras. Era diferente, tinha personalidade e, diga-se de passagem, que personalidade. Uns dias, a nossa alforreca, cuja sua graça era Medusa, estava bem e eufórica, outros dias estava em baixo e absolutamente furiosa. Só conseguia pensar numa coisa e isso não era nada de bom.

Medusa, poderei arriscar, sofria de alguma forma congénita de bipolaridade. Não haveria outra forma de pôr as coisas na frente do senhor leitor.

Loiro (O papagaio vaidoso)

Num tempo não muito distante, vivia numa cidade perto do céu um papagaio loiro de bico doirado. Naquele lugar, tão estranho na forma, as casas eram feitas de árvores e todos os animais viviam nelas. Uns, debaixo das raízes em covas profundas... aqueles de classes mais baixas. Outros vivendo em tocas nos troncos das árvores e a grande maioria nos ramos, nas folhas, nas flores... era uma cidade de habitat sustentável.

Páginas