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Educar entre o rigor e a alienação

Não tendo, inicialmente, previsto dedicar o texto deste mês à temática das religiosidades impostas às crianças entre os 5/6 anos, fui recentemente confrontada com esta realidade. Assim, senti a necessidade de lhe dedicar algumas linhas.

A EMERGÊNCIA DE UMA CERTA RAZÃO DE ESTAR

Começou um novo ano, por esta altura todos fazemos promessas, a nós próprios, sobre aquilo que queremos alterar ou mesmo banir. Mas esta emergência de uma certa razão de estar confronta-me com binariedades, com dualismos entre o certo e o errado, confronta-me com ambiguidades permanentes.

Os movimentos disruptivos vão surgindo e, por vezes, apoderam-se dos nossos dias enquanto as economias discursivas vão impondo os seus limites.

DESCOMPLIQUEMOS UTOPIAS

Há muito tempo que assuntos ligados aos refugiados passaram para um plano inferior na nossa comunicação social. Mas a verdade é que eles continuam a existir, há barcos que continuam a fazer-se ao mar e os naufrágios a acontecer; há etnias que continuam a ser perseguidas e outras que vão sendo exterminadas; existem milhares de seres humanos deslocados dos seus países pelas mais diversas razões. O tempo vai passando, os acontecimentos vão-se repetindo e a normalidade instala-se.

UM NOBEL FRAUDE

A binariedade entre o certo e o errado, aplicado à atual economia discursiva, auto-impõe limites, maioritariamente, não credíveis.

Estou a falar da situação do povo Rohingya.

Vivendo em Myamar, habitam uma prisão a céu aberto, sujeitos a todo um tipo de atrocidades, de restrições, de trabalhos forçados, de restrições à liberdade de circulação, de extorsões, de regras de casamento injustas e confisco de terras.   Com cidadania recusada pelo governo e acusados de práticas violentas sobre a maioria budista, vivem um apartheid consentido.

RODJA: SINÓNIMO DE LIBERDADE

Foi há poucos dias que conheci o significado do nome de Rojda Felat.

Defensora das liberdades perdidas, merece que dediquemos alguns minutos, para melhor a conhecermos.

Mulher de origem curda, comandante das Forças Democráticas da Síria (FDS), exército de mais de 10 mil homens e mulheres, chefiou a tomada de Raqqa ao Daesh. Com cerca de 37 anos, combatente pela liberdade e representante das mulheres livres, aparece-nos sem o lenço a cobrir a cabeça e trajando uniforme militar. É “apenas” uma muçulmana livre.

E AS AULAS RECOMEÇARAM...

Mais um ano letivo e os habituais entraves continuam por resolver.

O que no ano transato tinha sido um ponto a favor do Ministério da Educação, este ano, tudo se inverteu.

Escolas sem professores colocados, sem assistentes operacionais suficientes, crianças com necessidades educativas especiais (NEE) sem professores de apoio, obras por fazer ou por concluir, espaços descuidados, enfim…todo um manancial de problemas por resolver que, atravancam o inicio normal das atividades letivas.

DA SECA VIVIDA, À "SECA" CONSENTIDA

Com a seca dentro de casa, tudo tem outra cor, outro ritmo; o amarelo rege e as oliveiras consentem um maior calmeiro.

Existe coisas para as quais não consigo encontrar explicações. Chego a pensar que todas estas contemplações, toda a dialética dos acontecimentos, contribuem, só por si, para o vingar de anulações consentidas, de ignorâncias perpetuadas.

Estando de férias tentei ver televisão durante as horas em que habitualmente estou a trabalhar.

Mal ligo o aparelho irrompem do ecrã leviandades, aproveitamentos consentidos, o culto do ridículo.

SIM, EU SOU RACISTA!

Sou racista porque prefiro mais umas raças do que outras. Gosto particularmente de Rafeiros Alentejanos e Labradores. E, como cada raça possui as suas singularidades, existem criadores que a tal se dedicam.

Mas não existem criadores de humanos.

Substantivo concebido para justificar a superioridade ocidental branca sobre os demais povos, o termo “racismo” há muito que deixou de ter qualquer significado racional e mesmo semântico, quando aplicado ao Homem.

HISTRIONISMOS OU A HISTERIA DO QUOTIDIANO

Foi como se, de repente, tudo fosse essência.

Aqueles que convoquei toda a vida clamam agora pela minha ignorância.

O potencial da diferenciação civilizacional está a tornar-se, cada vez mais, um hino societário, um grito contra as injustiças.

O atual engajamento global, tão do desagrado de alguns, reflete-se, no espaço europeu, e à escala mundial, onde os comprometimentos, por vezes, não funcionam, as simbioses quebram-se e os individualismos crescem. Crescem tanto, que chegam a assustar.

INTERIORIDADES

É comumente conhecido que, sempre que se aproximam as eleições autárquicas, as questões das interioridades assumem um lugar de destaque nos discursos mais acerbados.

A quantidade de pensamentos não estruturados, reflexos de ideologias operadas a partir do erro, tornam-se frequentes.

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