Está aqui

A Vida é Bela

(re)Flectir

São 22h, acabo de sair do trabalho e a distância de regresso a casa é preenchida pelo choro de um pai desesperado que ecoa através do altifalante do carro.

Sinto que o meu trabalho enquanto psicólogo pode ser entendido como perigoso na medida em que me direciona recorrentemente para zonas de conflito. Predominantemente de conflitos internos, mas muitas vezes de conflitos externos...

reComeçar

Olho novamente para a agenda do telemóvel.

Os dias no calendário desfilam, agora vertiginosamente, comparativamente com a pacatez com que cresciam no mês passado.

A minha filha está quase a entrar na escola.

Terminou a silly season e agora recomeçamos a sério. Mesmo a sério!

E as nossas crianças ainda mais a sério (e como é que se pede a uma pequena criança que comece a sério?)

Em todos os outros anos anteriores tínhamos a pseudo (in)segurança de podermos sonhar ao que íamos.

A falta que faz estarmos juntos

Acedo ao "link" que me conduz a mais uma reunião. Um ecrã separa-nos e confina-nos a um rectângulo demasiado pequeno para quem tem o hábito de recorrer frequentemente aos gestos para dar força às palavras. Tento não sair da caixa, mas as rodas da cadeira e a posição das pernas convidam ao balanço. Concentro-me. Nos meus movimentos e nas palavras dos interlocutores.