Tenho duas casas paralelas
aconchegando-me em tempos paralelos;
é como se uma estivesse abraçando o céu
e a outra beijando raízes profundas na terra.
Na linha ténue desenhada pelo horizonte
quase que ambas se tocam, mas o quase
é algo que não chegou a ser; é a miragem
que relança questões para além do incerto.
Bem sei que sou a perpendicularidade
entre cada uma delas. Por isso fecho os olhos,
estendo os braços, e com uma casa de cada lado
deixo que os caminhos sejam traçados
nas linhas escritas por cada passo,