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Rita Paias

NA TERRA DOS SONHOS

Estranhamente, nesta última semana, têm surgido notícias que, ao longo dos últimos quatro anos ninguém leu ou ouviu.

Ouve-se sobre a subida do rating de lixo para lixo menos tóxico; ouve-se que afinal os emigrantes saem do País porque querem e não porque precisam…enfim, o típico discurso de quem anda longe da população.

DEMOCRACIA SUSPENSA

No rescaldo dos debates e das entrevistas que tiveram lugar esta semana, a RTP brinda-nos com um dos actos mais anti-democráticos a que se assistiu nos últimos tempos.

Em tempos de campanha e em política não existem coincidências e o tema do anunciado regresso do programa Prós e Contras é um verdadeiro atentado à democracia e ao princípio da pluralidade democrática.

EXPECTATIVAS

Esta semana assistimos a reentre política da coligação PSD/CDS-PP, que escolheu como slogan “Portugal à Frente”.

O pontal voltou a ser aberto ao público e as palavras dominantes voltaram a ser o passado, o medo e “eles”.

PROPOSTAS LIVRE

Dos partidos independentes, o Livre é, provavelmente, o que mais impacto tem causado nos últimos tempos, quer pela forma de actuação, quer pelo incentivo à participação dos cidadãos nas tomadas de decisão programáticas.

Com o lema “Avançar agora para recuperar o futuro”, o Livre apresenta-nos as suas linhas programáticas, disponíveis em http://tempodeavancar.net/?page_id=875.

Em primeiro lugar, o Livre avança com a proposta de reestruturação da dívida como relançamento do investimento. Tal como já foi aqui anteriormente defendido, o Livre defende a união com outros países da União Europeia por forma a conseguir melhores resultados na renegociação da dívida.

De seguida o Livre propõe o aumento do crédito às empresas, medida essencial mas que, necessariamente, tem sempre de ser aplicada com cautela. Não nos podemos esquecer que a facilidade de crédito levou à crise financeira da qual Portugal ainda luta para sair.

A VERDADEIRA ATITUDE EUROPEIA

Esta semana faço uma pequena pausa na análise dos programas eleitorais, dada a situação eminente em que a Europa se encontra.

A situação em que se encontra a Grécia é, no mínimo, inédita.

Um País com graves problemas económicos e sociais tem à sua frente (finalmente, diga-se) alguém com coragem de se manter fiel às promessas que fez no seu programa eleitoral.

Tsipras prometeu que não traria mais austeridade para o País, estando a fazer com a Alemanha o mesmo que esta fez há alguns anos: atrasando a decisão final até ao máximo possível.

PROGRAMAS E ANÁLISES

Ao longo desta semana foram apresentados os programas eleitorais de grande parte dos partidos com assento parlamentar.

PCP, PSD/CDS e PS deram a conhecer as principais linhas programáticas que defendem para o País nos próximos quatro anos.

Entre ameaças de regresso a pesadas heranças, mudanças nos impostos para as entidades patronais, e cortes com a Troika, os portugueses começam a poder perceber o que pretendem os partidos para Portugal.

Mais uma vez as diferenças entre esquerda e direita são notáveis.

MUDANÇAS

O atraso na crónica desta semana deve-se a algumas mudanças a nível pessoal que me fizeram estar um pouco afastada das lides internáuticas e das notícias sobre o País.

De regresso à rotina do quotidiano, aproveitei para passar em resumo as notícias dos últimos dias e, estranhamente, muito pouco ou nada mudou.

PSD e CDS anunciaram um acordo (até ver irrevogável) de coligação para as eleições legislativas e presidenciais.

Novamente o Governo anuncia a sua intenção de proceder a cortes de pensões que, por mais do que uma vez já foram declarados inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional.

Foi anunciado o corte na TSU das empresas, mantendo-se em segredo as consequências que poderão advir para os trabalhadores, nomeadamente em sede de aumento de impostos.

Continuam a ser realizados julgamentos em contentores a servir de salas de Tribunal.

VISÕES

Faz hoje uma semana que surgiu uma reportagem que denunciou claramente o actual estado dos hospitais públicos em Portugal.

A todas as histórias que já tinham vindo a público, foi dado um rosto e uma imagem chocante do estado em que os doentes são colocados nas urgências e do desespero de médicos e enfermeiros que estão no limite das suas capacidades, num esforço sobre-humano para conseguir chegar a todos os que precisam de ajuda.

O que vimos foi o estado real da saúde no nosso País comparado com as imagens que aparecem aquando de visitas ofici

É presidenciável?

Esta parece ser a pergunta que todos andam a fazer em vésperas de legislativas…

Já surgiram vários candidatos oficiais e mantêm-se alguns candidatos a candidatos. Há confirmações e desconfirmações de interesses em eventuais candidaturas. Fala-se em propostas, em competências e em curriculums, mas muita gente parece estar esquecida do essencial…as legislativas que se aproximam.

Porque há actos que não nos podem passar ao lado

150! Sim, 150 estudantes foram barbaramente assassinados no Quénia por rebeldes do Estado Islâmico ligados à Al-Qaeda.

150 jovens que cometeram uma única e exclusiva ousadia perante os terroristas: assumiram-se como cristãos levando a que tal “confissão” lhes custasse a vida.

Continuamos a assistir a actos de barbárie como se assistiu no tempo do nazismo. Em prol de quê? De fundamentalismos escondidos atrás da religião, defendendo tudo a quanto esta se opõe.

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