Por vezes, no rescaldo de derrotas eleitorais - quer nas equipas de campanha, quer em apoiantes mais crentes – surgem dúvidas como: “Com propostas tão boas como é que perdeu as eleições?”, “Este era o melhor candidato, uma pessoa com carisma, como é que não ganhou?”, “Como é que tem tão pouca popularidade?”, “As pessoas não foram com a cara dele…”
No staff, além de questionar que falhou, alguns sacodem a água do capote. Sem dúvida, serão muitos os fatores que podem justificar uma derrota eleitoral e todos os participantes e envolvidos se culpam - as condições políticas, as económicas, as sociais do momento; o momento de candidatura, a equipa, o desgaste, o spinning, a adaptação à era digital, etc. A campanha pode não ser bem planeada, pode haver percalços, e o facto de não se desenrolar de um modo adequado pode deitar a perder o êxito de um bom candidato, ou o contrário.
E é claro que, ao longo de um processo tão complexo, com tantas pessoas envolvidas, e que por vezes se entende no tempo durante meses, até a máquina mais perfeita está sujeita a erros e enganos, e que são prejudiciais - e por vezes até suicidas - para as aspirações da candidatura. Por vezes até se pode dar conta das falhas, dos problemas, mas a resposta pode ser lenta, desadequada ou a situação pode mesmo ser irreversível.