Está aqui

José Carlos Adão

Ser feliz

Ser feliz é uma decisão de cada dia, todos os dias. Acordar pela manhã com todos os nossos pensamentos e problemas que se prolongam da noite seguinte para esse dia que nasce, é um ritual pelo qual todos já passámos.

Em muitos dias, face aos desafios, às amarguras e às alegrias, sentimos diversas emoções, diversos sentimentos que nos assaltam ou estão presentes na nossa mente.

Ser feliz é tão difícil como conseguir ganhar o Euromilhões, há quem diga. Há sempre algo que nos falta, sentimos.

Sexta-feira santa

Talvez se tenha tornado um hábito entre as gentes do Alentejo. Ninguém sabe muito bem a que remontam as tradições. Corrijo, talvez se saibam bem as origens e sei que muitos as estudam e chegam a conclusões que explicam, ou tentam explicar.

Falamos deste dia e do respeito que se observa entre as gentes da planície e da montanha. Se nas vilas e nos lugares próximos das igrejas toda a tradição que acompanha o sofrimento de Cristo, na semana santa, é respeitada, nos montes mais distantes da igreja, a vida vive-se com aquilo que potassium de gerações em gerações.

Melodia leve

Bem sei que 1 de abril é o dia das mentiras. Sei também que quase todos já ousámos fazer piadas e enganar aqueles próximos com alguma notícia enganadora ou uma mentira inocente.

Houve já casos em que essa brincadeira, amplamente divulgada por órgãos de comunicação social se tornou virar e afetou a vida de muitos que acreditaram na falsa verdade, ou seja, na mentira.

A ameixeira

Neste mesmo dia, durante várias estações e vários anos, no preciso local onde nascera a primeira semente, nasciam três hoje.

A primavera tinha começado há uns dias mas naquele amplo plano, coberto de árvores de fruto, entre as mais jovens e as mais envelhecidas, as árvores sentiam a presença uma das outras mas não falavam entre si.

No meio de todas estas árvores, há muitos anos atrás, entre amendoeiras, cerejeiras, macieiras e pereiras, nascera uma ameixeira.

Um ramo de papoilas de esteva

Era dia de casamento lá na aldeia. Há muito tempo que ninguém casava. A aldeia também parecia que tinha morrido antes de todos os habitantes morrerem.

Infelizmente, assim acontece no sítio a que chamo a minha casa, no lugar onde nasci! Não há jovens que estejam em idade de casar. Antigamente, não sei porque, moços e moças casavam com vizinhos. Tantos casais surgiram nestas aldeias. Terá sido porque não havia ligação com pessoas de mais longe? O que nos faz apaixonar por alguém?

Aplicação

Comprei um aparelho novo que faz chamadas e me permite estar em contacto com todo o mundo e, em algumas situações, com o além (pelo menos é o que aparece escrito na publicidade).

O novo aparelho é commumente designado como telemóvel ou smartphone. Dizem-me que abre portas e janelas e mundos e tudo. Era um modelo não muito moderno, mas seria aquele que me iniciaria na narrativa do mundo dos telemóveis e das coisas que vivem dentro dele.

Essas coisas, aprendi, chamam-se aplicações. Há-de de todo o tipo, para todos os gostos.

O Mú

Hoje não é nenhum dia especial. Muitas coisas certamente terão ocorrido neste dia, em cada um dos anos que antecederam este especificamente e tantos outros dias o sucederão no futuro. Não é dia nenhum, salvo algo aconteça que faça mudar o evento.

Porém, este texto não é sobre o dia 4 de março. Poderia ser, mas não é. É sobre o Mú! Ah…

Entre vós, quem sabe o que é o Mú? Espero pra vossa resposta antes de a escrever aqui neste breve trecho?

Confissão

Confesso que os pensamentos derivam além do leito da minha imaginação e racionalidade. Uma sexta-feira à noite em casa é um momento de pensar na confissão do que foi o resto da semana.

Um pé maior que o outro

Era um sábado. As feiras terminariam pouco depois do meio dia. Tinham começado muito cedo. Ainda o dia não tinha nascido, já o reboliço no lugar da feira começava a mexer. A feira era isso mesmo, tudo a acontecer naquele lugar, o gado a chegar vindo de tantos lugares, tão desconhecido de tanta gente e, sem pretensões, todos se encontravam ali, no mesmo lugar.

Desígnio

A Professora preparava-se nervosa, como se fosse a primeira vez que o fazia, para dar a sua última aula. Tinha passado uma vida inteira e no dia em terminava a sua carreira, parecia estar mais insegura que nunca. Por vezes, nos momentos de glória, o nosso nervosismo ataca-nos e submete a nossa autoconfiança à prova.

Páginas