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Katyn

Numa guerra, a verdade é a primeira vítima.

É da natureza dos mortais pisar ainda mais aqueles que caíram.

Durante o feroz conflito as forças que se opõem adaptam o significado usual das palavras à sua visão e objetivo e esquecem os factos.

 

O presidente de Smolensk, a 25 de junho de 2022, ordenou a remoção da bandeira polaca do monumento que comemora os mortos em Katyn porque "não pode haver bandeiras polacas em  monumentos russos, ainda menos quando o governo polaco se posiciona contra a Rússia".

O massacre que esquecemos

por Giuseppe Steffenino

Fotos de cidades atingidas ou destruídas evocam a memória de histórias ouvidas de tios e avós que, com reticências e distorcendo os nomes, às vezes falavam às crianças de Mykolaiv, de Kiev, do Bug Oriental.

Histórias esquecidas: die Vertriebene (“os expulsos”)

Entre os vários acontecimentos que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial, a história dos Alemães do Leste Europeu, entre 1944 e 1949, impressiona em termos de números e vastidão geográfica.

Desde o final da Idade Média que existem, em muitas áreas da Europa Oriental, da Lituânia à Turquia, comunidades de língua alemã organizadas com diferentes tradições e formas.

Não há guerras limpas.

As imagens que chegam da Ucrânia são em sua maioria inequívocas e não suspeitas de falsificação. Certamente há vítimas civis e militares, há cidades destruídas e refugiados em fuga. E fica claro quem é o agressor e quem é atacado. Foi também o caso da Crimeia, há alguns anos, e de Sarajevo, Bagdad e Afeganistão.

É difícil para mim lidar com os meus sentimentos complexos e que se vão acumulando, não apenas há um mês.

As crueldades cometidas na guerra da Ucrânia são imperdoáveis!

À medida que as tropas russas vão deixando o Norte da Ucrânia, vem ao decima uma realidade de horror: corpos de civis pelas ruas, de mãos atadas, queimados ou enterrados em valas comuns, corpos de mulheres nuas abandonados na estrada e animais abatido, e muitas outras atrocidades difíceis de descrever.

É possível dizer que há uma guerra da Ucrânia antes das atrocidades em Bucha e outra após a realização das mesmas.

Numa primeira fase, dois meses após a invasão russa, é possível ver imagens que mostram a dimensão da destruição na Ucrânia.

Triste, solitário e final

por Giuseppe Steffenino

 

"A guerra por vir não é a primeira. Antes houve outras guerras. No final da última houve vencedores e perdedores. Os pobres entre os vencidos morreram de fome. Entre os vencedores os pobres morreram de fome também. " - B. Brecht, Der Krieg der kommen wird. Svendborger Gedichte, 1926-1938.

 

Caro diretor e caros leitores,

O Leste Europeu no centro do Mundo

Em 1919 foi assinado o tratado de Versalhes pelos aliados vencedores da 1ª Guerra Mundial, e pela vencida Alemanha. Este tratado que impunha o pagamento de avultadas despesas à Alemanha como responsável máxima pela guerra na Europa é visto por muitos como o grande responsável pela escalada de Hitler até ao poder e consequentemente da 2ª Guerra Mundial. Esta introdução serve como metáfora ao que considero ter sido uma humilhação praticada pelos EUA e Nato à Rússia desde a queda da União Soviética.

Qual é o animal mais perigoso do mundo?

“You are looking at the most dangerous animal in the world. It alone of all the animals that ever lived can exterminate (and has) entire species of animals. Now it has the power to wipe out all life on earth.” (“Está a olhar para o mais perigoso animal do mundo. É o único de todos os animais que alguma vez viveu capaz de exterminar (e já o fez) espécies completas de outros animais. Tem agora o poder de terminar toda a vida na Terra”) - dizia um espelho no Zoo do Bronx, em Nova York, em 1963.

E agora, Europa?

O mundo mudou. A bárbara invasão da Ucrânia pela Rússia obriga a inúmeras reflexões que nunca quisemos, seriamente, fazer. Ainda em pandemia mundial, e com uma seca que assola a península ibérica, Putin é o ditador que se segue e surpreende (ou não) com tiques de saudosismo imperialista. Nunca o levámos a sério. E agora?

Quem está nas trincheiras connosco?

Ucrânia: Portugal já recebeu 672 pedidos de proteção temporária

Pela primeira vez na história da União Europeia (UE), foi ativada a Diretiva de Proteção Temporária (Diretiva 2001/55), por unanimidade, que permitirá acolher os cidadãos em fuga do conflito militar resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia. A secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, participou nesta sessão do Conselho de Justiça e Assuntos Internos que se realizou na passada quinta-feira em Bruxelas.

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