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Opinião

UMA PAUSA

Faltavam poucos minutos para as cinco horas da tarde e estavam várias pessoas na paragem de autocarro à espera do dito cujo. Um homem, de gabardine cinzenta escura, debotada nas mangas e no colarinho. As calças, de sarja, eram também cinzentas e estavam vincadas mas não se diferenciavam de todas as outras que estavam ao seu lado. Ninguém falava com ninguém. Era essa a regra. Não se conheciam e não se queriam conhecer. Para quê trocar palavras com pessoas que não voltariam a ver. Para que gastar saliva. Cada um tinha os auriculares postos e ouvia as coisas que ouvia.

O GOVERNO E A NARRATIVA DA MENTIRA

Este Governo é especialista em tentar criar situações de puro ilusionismo político. Muitos são os exemplos que podem ser apresentados, mas não há nada melhor do que ilustrar com factos, evitando assim a terrível narrativa da mentira.

Nesta crónica apresento duas situações no distrito de Évora, as quais reflectem uma realidade muito mais vasta, que atingem milhares de famílias.

Apresento dois exemplos de falhas muito graves por parte do Estado: um na área da Saúde e outro na área da Educação

 

O FIM DA SILLY SEASON

O fim da silly season da política Portuguesa termina com alguns destaques. Ora temos um Primeiro-Ministro a usar termos de baixo nível como a “caça aos pokémons”. Como vemos Durão Barroso espantado por ter sido considerado como um lobista e ser possível, perder algum tratamento especial enquanto antigo presidente da Comissão Europeia.

A QUESTÃO ESSENCIAL É QUE A AUSTERIDADE É UMA FORMA DE VIOLÊNCIA

Em setembro de 2008, Portugal era um país muito diferente do que é hoje. Tinha uma dívida pública de 71.7%, face ao PIB, aproximadamente metade da que tem atualmente, que é estimada em cerca de 131.6%. Passados oito anos (cinco dos quais vividos em regime de austeridade) e 78 mil milhões de euros depois o que esperar do Orçamento de Estado para 2017?

O PROFESSOR: ESTE CONCURSO NÃO É PARA VELHOS

Das duas, uma: ou isto deve levar uma volta ou está tudo bem e esta crónica não tem qualquer razão de ser. Falo do concurso dos professores, esse momento indescritível para aqueles que têm alguém ligado à classe docente. O final de agosto deste ano voltou a ser esse momento, de incerteza e insegurança, de expectativa e nervosismo, de fé e angústia. Mas cá estamos, em setembro, e no pior dos cenários só voltamos a sofrer em agosto do próximo ano.

A IMPORTÂNCIA DE UMA ECONOMIA 4.0

A relevância da inovação e das start-ups para a nossa economia vai muito mais para lá do que o próximo Web Summit. Para os mais distraídos, o boom das start-ups não está a iniciar-se agora, mas sim, há 4 ou 5 anos atrás, com o nascimento de pequenas replicações daquilo que se passa em Silicon Valley, no ecossistema super desenvolvido americano.

REPÓRTER OU MODELO?

Inicia-se o telejornal. Do lado de trás de bancada, dois âncoras, normalmente um homem e uma mulher. Eles se vestem bem, o cabelo está impecável. A maquiagem, em ambos, esconde eventuais rugas ou imperfeições. Cenário montado: tamanha produção dá uma suposta credibilidade. Dizem que pessoas vistosas se destacam num ambiente. A televisão do século 21 confirma isso.
 

A FALSA HUMILDADE NÃO PODE ENGANAR

Confesso que sempre admirei o Juíz Carlos Alexandre, pela postura, pela coragem e pela forma como geria os seus processos e a exposição mediática dos mesmos.

Foi fácil, de início, acreditar na imagem de seriedade transmitida e que se prolongou por algum tempo.

Ao longo do tempo e com o acompanhamento de alguns dos processos mais mediáticos a nível nacional, o chamado “super juiz” começou a mostrar as suas verdadeiras características.

Desde medidas e argumentações incongruentes e posturas que, cada vez mais se afastam daquelas que um magistrado deverá adoptar.

11 DE SETEMBRO: AINDA SE VÊ O FUMO

Lembro-me perfeitamente do momento do atentado.

Era um jovem universitário a fazer zapping compulsivo na tentativa de encontrar uma desculpa para não pegar nos livros, quando – passavam uns minutos das 9:03h em Nova Iorque, 14:03h em Portugal – ao ver um pasmado José Rodrigues dos Santos, paro na RTP1 e vejo um jornalista experiente - cujas primeiras memórias me enviam para a Guerra no Golfo, estando, como tal, habituado a cenários difíceis – atónito, a tentar explicar o que estava a acontecer nas imagens que se viam em direto dos Estados Unidos.

É FEITIO…

Há coisas que o vento deixa passar e outras coisas que a tempestade segura, agarrando-se com ventos e águas. Não é defeito, é feitio. Há pessoas que são em si uma tempestade, um turbilhão de movimentos e uma tempestade que se agita em volta de si próprio. Não seguindo todas o mesmo princípio, tornam-se estas tempestades em pequenos copos de água. Não é defeito, é feitio.

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