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Literatura

Confissão ao meu amor (im)possível

Mil e uma desculpas ao meu amante desconhecido. A ti. Desculpa-me.

Creio que o meu amor tem ossos frios e se esconde como o vento entre as folhas de todos os jacarandá-mimosos.

Creio que o meu amante descansa o seu corpo numa cama com lençóis frios e eu não quero verter mais lágrimas, mas eu quebro a minha alma assim mesmo.

Apanhaste-me

Apanhaste-me. Deste-me a mão e eu saí da poça em que me mantia afogada. A luz decidiu revelar-se de novo. Passado tanto tempo; cumprimentei-a. Aqueceu-me. Transmitiu-me segurança e conforto.

Sorri.

Estava numa dança lenta e apaixonada com ela.

Ainda com a minha mão entrelaçada na tua, guias-me por novos caminhos; não que eu não os tivera conhecido antes. Mas agora, observo noutra perspectiva.

Explodo gratidão. Por ti. Por nós. Pelo que temos, e iremos ter.

Fevereiro

No início do mês de fevereiro, a mesa do almoço estava posta como sempre. Dois lugares, embora só um deles se ocupasse, todos os dias. Naquele pequeno apartamento da Rua de Moçambique, em Beja, a mesa era posta de modo a que duas pessoas se sentassem frente a frente e conversassem durante o almoço ou o jantar. O pequeno-almoço era tomado na cozinha mas tinha também dois pratos e duas chávenas. Uma delas permanecia sempre intocada, era semanalmente lavada e estava ali. Parada mas certa de ter alguma utilidade.

Portalegre evoca cinquentenário da morte de José Régio com poesia

A Câmara Municipal de Portalegre e a Casa-Museu José Régio, continuam, em 2020, a evocar o cinquentenário da morte do grande poeta José Régio.

Beja já tem confirmados nomes grandes da BD no seu festival internacional

A décima sexta edição do Festival Internacional de BD de Beja deu já a conhecer alguns dos grandes nomes nacionais e internacionais que vão expor e participar no festival em Beja, entre 29 e 31 de maio. Pudemos contar 19 exposições de BD, 17 autores que vão participar no evento e 10 países envolvidos.

Jean Genet - parte 1

A pureza de uma linguagem não se mede pela sua objectividade, mas pelo grau de honestidade facilmente pressentido do autor, por assim dizer.

Preto

Preto.

O caminho está colorido com um preto delicado e eu estou perdida.

De repente

estou numa casa.

Nunca tinha chegado a esta casa. Sempre estivera muito distante. Há quadros pendurados que gritam agressivamente comigo. Lâmpada que ameaçam tocar na minha face. Uma corrente de ar abraça o meu pescoço. Sou facilmente invadida por maus pressentimentos.

Continuo perdida.

Tento agora caminhar. Voltar à vida. Dou dois passos. Será que consigo subir as escadas?

Janeiro

O ano começara no dia um, precisamente às zero horas. A festa tinha sido de arromba para todos, exceto para aquela mulher que se esvaía em sangue no quarto de um hotel a muitos quilómetros de casa. Podia ainda ouvir lá fora o fogo de artifício e as festividades, enquanto as lágrimas lhe corriam pela cara abaixo e no rosto traços de sangue marcavam a sua pele como se fossem rasgos e marcas de guerra, tribais.

Xisto

É de xisto que a minha pele é feita. É desta pedra dura mas que se divide e se adapta que a minha metamorfose existe. Dentro e fora dela, a minha pele despede-se em camadas como se lascas de xisto se tratassem.

Os meus olhos, ao acordarem no mundo e a terem consciência de mim, viram abaixo das árvores e plantas e terra, abaixo, as pedras de xisto que as acolhem, que as suportam. Tal como o xisto suporta o Alentejo, também o Alentejo me acolhe e me envolve.

Vila Viçosa lança "A música na Corte da Rainha D. Maria II de Portugal"

No âmbito das comemorações do bicentenário de nascimento da rainha D. Maria II, a Fundação da Casa de Bragança publica a obra A música na Corte da Rainha D.Maria II de Portugal, da autoria de Rui de Castilho de Luna. O lançamento do livro está agendado para 1 de fevereiro, às 16h00. no Paço Ducal de Vila Viçosa.

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