Os Suíços disseram nas urnas não à criação de um salário mínimo no país que seria de 4000 Francos Suíços (3272 €) que seria o maior do mundo, com apenas 23% dos eleitores a optarem pelo Sim.
Do lado do Sim, estavam as organizações sindicais que alegavam que este mínimo era necessário devido ao alto custo de vida no país, em especial em cidades como Genebra e Zurique.
Os sindicatos alegavam que as rendas astronómicas, os seguros de saúde e a comida incrivelmente cara, tornam praticamente impossível viver com menos de 4000 Francos por mês.
Defendem-se ainda dizendo que os estudos mais recentes demonstram que a maioria das pessoas que requisitam direitos sociais fazem-no não por estarem desempregadas, mas sim porque não conseguem ganhar o suficiente para fazerem face às despesas.
Do outro lado estavam os patrões e o governo que alegavam que a criação de um salário mínimo levaria ao aumento dos preços e do desemprego no país. Segundo estes o desemprego quase inexistente no país demonstra que não é necessário alterar a forma como o país está organizado.
Além disso alegam que a introdução deste salário mínimo levaria muitas pequenas empresas ao limite, levando muitas delas a encerrar. Dão o exemplo dos agricultores suíços que ao serem forçados a pagar estes salários, seriam inevitavelmente forçados a aumentar os preços seus produtos, sendo depois muitos deles retirados do mercado por não conseguirem ser competitivos com importações doutros países.
Apesar de rejeitado, este referendo trouxe de novo a debate a questão salarial na Suíça, pois existe algum desconforto relativo aos altos salários dos gestores das maiores empresas, em especial dos banqueiros que continuam a ganhar salários elevadíssimos apesar dos seus bancos estarem a perder dinheiro.
Em Novembro noutro referendo uma proposta alcunhada de “gato gordo” na qual o salário mais alto duma empresa não poderia ser doze vezes superior ao salário mais baixo, voltando agora esta temática à ordem do dia.
Alguns setores como a indústria de engenharia mecânica e elétrica admitem que os altos custos de vida em Genebra e Zurique poderão levar à criação de um salário mínimo regional, mas não nacional.
Algumas outras empresas como o LIDL e a H&M estão já a introduzir aumentos aos seus trabalhadores.
O próximo referendo é sobre a atribuição de um rendimento mínimo a todos os suíços, quer trabalhem ou não.