18 Outubro 2014      01:00

Está aqui

Muito bem se fala

“O PS só ganha as eleições se os portugueses forem burros”, diz Eduardo Catroga em declarações prestadas, ao ler esta afirmação, recordei-me também da proferida por um dirigente da JSD aquando da última vitória do PS nas legislativas: “o povinho é estúpido…”.

Esta é realmente uma “nova” forma de fazer política: tratar os portugueses como se fossem meros objectos ao serviço dos seus interesses.

Ainda há pouco tempo saiu uma estatística relativamente ao interesse das pessoas na política e, uma vez mais a falta de interesse e a vontade de afastamento predomina.

É algo que me preocupa mas que, ao mesmo tempo sou forçada a compreender perante este tipo de atitudes.

Quem quer pertencer a um projecto onde há apenas a defesa dos privilégios dos poderes instalados? Quem quer pertencer onde a única estratégia é a desculpabilização com recurso a eventuais erros dos outros?

Decerto muito poucos.

O que pessoas como o Sr. Catroga deveriam fazer (permitam-me a ousadia do conselho) seria apresentar propostas concretas e exequíveis que realmente interessem ao País e ao povo que representam sem as abandonar a meio em troca de um qualquer lugar como “chairman”.

Realmente os portugueses estão fartos de tanta vitimização e de tão pouca acção em defesa do interesse nacional e do serviço público.

A “cantilena” do não somos os culpados disto tudo que chegou mesmo a levar a uma inércia de certas instituições em defesa dos direitos que dizem proteger, já começa a não pegar, precisamente porque aqui ninguém é burro nem estúpido.

As pessoas sabem o que querem e têm consciência de até onde é preciso ir para que as coisas voltem ao rumo certo no menor espaço de tempo possível.

Não é a ofender as pessoas que as representamos. É a ouvi-las e a fazer alguma coisa por elas.

Em certos números os militantes podem ser mais, mas em valores, basta estarmos um pouco atentos para ver onde os encontramos.