16 Julho 2014      00:02

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A Hiperatividade existe mesmo?

No passado dia 13 de junho, comemorou-se o Dia Internacional do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O TDAH é um transtorno psiquiátrico que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade. Por vezes leva a dificuldades em gerir as emoções e os relacionamentos com reflexos no desempenho escolar e que pode provocar outos problemas de saúde mental.

Ao ouvir falar de Leon Eisenberg, certamente são poucos os que o conhecerão. Leon Eisenberg foi um dos mais prestigiados pedo-psicólogos norte-americanos. Foi pioneiro em inúmeros estudos e abordagens médicas. Trabalhou e ensinou nos mais conceituados hospitais, e universidades americanas como: John Hopkins Hospital, Harvard Medical School, University of Pennsylvania entre outros. Recebeu inclusive o Ruane Prize for Child and Adolescent Psychiatry Research e teve inúmeras publicações em revistas da especialidade.

Um dos estudos mais famosos de Eisenberg foi a descoberta, ou “invenção”, do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA). No entanto, segundo o publicado pelo WND, antes de falecer, em 2009, Eisenberg disse que a TDHA era uma doença fictícia, que tinha sido uma invenção dele.

Nos Estados Unidos, estima-se que um cada dez alunos toma medicação diária para a TDHA. No mundo inteiro não há registo. Não entrando nas teorias das relações menos claras da indústria farmacêutica mundial, esta confissão levanta-me uma dúvida: até que ponto não estaremos a sujeitar as nossas crianças a um consumo excessivo (e quiçá desnecessário) de medicamentos? Qual o nível de adição criado? Que consequências a longo prazo? Quantos escapes foram inventados para a pura venda de medicamentos ou para disfarçar os resultados dos sistemas educativos e das exclusivamente economicistas políticas educativas?

Quantas vezes é confundida a falta de saber estar com a Hiperatividade (isto se existe mesmo)? Se alguns dos comportamentos frutos da doença forem dissociados da mesma, o que nos resta são alunos irrequietos, que não sabem estar numa sala de aula, que muitas vezes não respeitam regras, que têm turmas com muitos alunos etc. etc. etc.

À escola atual são-lhe atribuídas inúmeras funções, às quais a entidade não se pode recusar. Educar, ensinar, alimentar, cuidar e até entreter. No entanto, a sociedade atual, sobretudo no papel das famílias, não se pode escusar também ao cumprimento do seu papel. A escola pode e deve consolidar a educação, mas não consegue neste momento educar, isto porque tem maior atenção no ensinar e na obtenção de bons resultados. Ainda assim, a escola, tem conseguido suprimir algumas lacunas sociais na área da alimentação e dos tempos livres, mas estas áreas devem ser complementadas por outras entidades mais competentes. Há-que libertar a escola em burocracia e dar realmente autonomia para que esta possa gerir estas marcas educativas e até a relação com a família de outro modo. Isto, seja a hiperatividade ficcional, ou não.

 

Foto de http://aprenderabrincar.com/