22 Janeiro 2015      00:00

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Ensino profissional: a afirmação de uma alternativa

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), destacou esta semana a quase inexistência de umas e a inexistência total de outras (Jornal Público de 20-01-2015), em relação às alterações ao ensino profissional em Portugal, que se deveriam ter concretizado tendo como objectivo principal o combate contra o abandono escolar.

Portugal, sendo um país com problemas em termos de ensino nas várias vertentes, e com uma taxa de abandono escolar superior à média europeia, devia dar mais atenção a esta questão e realizar uma aposta forte no ensino, ao contrário dos tradicionais cortes e reduções nos vários quadrantes desta área.

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É de extrema importância desenvolver-se um ensino competitivo, em que o aluno possa adquirir conhecimentos e competências em áreas essenciais, e que em última análise, termine bem preparado para o ensino superior, diminuindo o fosso que existe quando se chega à Universidade.

E por outro lado, é também essencial que o ensino seja plural, que aposte em vias alternativas credíveis, para capacitar os alunos num leque vasto de áreas de estudo e intervenção, no sentido de os canalizar para uma sociedade cada vez mais exigente em relação aos seus profissionais.

Nesta última linha de análise, refiro-me especificamente ao ensino profissional, que deve ser materializado como uma alternativa credível, para que o aluno possa ter a oportunidade de escolher um caminho diferente do “tradicional”, com um nível de exigência semelhante, mas com a diferença nas áreas de aposta em termos de desenvolvimento de capacidades e competências.

Não podemos esperar que num mundo onde existem tantas diferenças a tantos níveis, os alunos sejam todos iguais, todos formatados e todos a encaixar nos cânones de ensino “tradicional”, sendo por isso importante, a afirmação de ensinos que marquem a alternativa. Mas para isso tem de existir investimento e rigor, e é necessário colocar estes ensinos a um nível semelhante, e olhar para eles como semelhantes e não como um melhor que o outro.

Se conseguirmos conquistar esta harmonia, conseguimos melhorar positivamente os números do ensino em Portugal, e não precisaremos de facilitismos para os camuflar, ou de esperar por chamadas de atenção da OCDE. 

Foto de destruidordedogmas.com.br