E eis que chega o Natal.
Chega a altura da reunião das famílias à mesa.
Mas chega também a altura em que centenas de pessoas passam mais uma noite ao frio e completamente sozinhos.
Chega a altura da troca de presentes.
Mas chega também a altura em que centenas de pessoas pedem de presente apenas uma sopa e um pedaço de pão.
Chega também a altura em que dezenas de famílias não têm dinheiro para oferecer uma ceia de Natal aos seus filhos.
Chega a altura em que as crianças pedem presentes e os pais não lhos conseguem oferecer.
Chega também a altura das promessas de Ano Novo e é aqui que todos devemos e temos que pensar um pouco em tudo o que nos rodeia.
Todos devemos estar e lembrar-nos das nossas famílias mas temos também que nos lembrar das famílias e das pessoas que nesta altura do ano se sentem ainda mais sozinhas.
Não pode ser apenas no Natal que nos devemos lembrar de ser solidários. A solidariedade deve praticar-se todos os dias do ano.
Basta de desvios de olhar “porque é feio”. Não é feio, é a realidade. E a realidade dói e por vezes mata!
Há neste momento 40 mil idosos a passar fome em Portugal e um desvio de olhar pode mesmo matar.
É por isso que esta crónica dedicada ao Natal é mais que um alerta. É um convite à acção.
Há que ser solidário, mas há também que olhar para as razões que levaram a este estado de coisas que necessita urgentemente de ser mudado.
A partir do momento em que apenas desviamos o olhar também passamos a ser culpados.
Chegou a altura do Natal. Chegou a altura das promessas de Ano Novo.
Porque não tornar esta altura na altura de uma nova atitude em permanência?