7 Agosto 2014      01:00

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Com a verdade me enganas!

É curiosa a forma como o Governo trata as questões do emprego em Portugal, sobretudo no que respeita aos jovens!

O nosso país tem uma taxa de desemprego muito elevada, sendo um dos principais problemas que nos assolam e que dificulta muito a nossa situação, tanto para a imagem do país, como para os momentos difíceis que todos os portugueses estão a viver. Podemos mesmo afirmar que os números do desemprego são alarmantes e atingiram máximos históricos nos últimos tempos.

Mergulhados nesta situação extremamente difícil, juntamente com todos os problemas que o país atravessa, o Governo apostou forte na criação de estágios para os jovens desempregados, disponibilizando fundos para auxiliar todas as organizações que quiserem contratar um jovem com grau escolar ou académico inscrito no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mais conhecido por Centro de Emprego.

Na verdade, estas medidas fazem descer os números do desemprego dos jovens no nosso país, e já tiveram resultados, dando uma oportunidade a muitos jovens que talvez de outra forma não tivessem conseguido encontrar um espaço de aplicação dos conhecimentos que adquiriram durante a sua formação.

Mas será que estas medidas de criação de emprego são eficientes a longo prazo? Será que os jovens que vão estagiar para uma qualquer organização, têm uma oportunidade real de permanecer no posto de trabalho?

É justo o ordenado que um licenciado aufere no seu primeiro trabalho? Será assim tão boa medida empregar um jovem com qualificações superiores, mas que ganha 650 euros por mês?

O grande problema é que não me parece que estas medidas criem postos de trabalho efectivos, funcionando sim como uma forma fácil e rápida de descer as taxas de desemprego, para “parecer bem” diante dos holofotes, criando-se uma falsa sensação de empregabilidade e aproveitamento dos recursos humanos e futuros profissionais.

Na verdade os estágios profissionais funcionam como um mecanismo de engano dos números, tendo um efeito de camuflagem para equivocar tanto a opinião pública, como os valores que são apresentados a instâncias supranacionais, justificando o tão famoso ditado “para inglês ver”.

Outra nota importante é também a saída de profissionais jovens, que tiveram de abandonar o país para poderem ter trabalho, sendo forçados a ir para o estrageiro e impossibilitados de fazer vida na sua terra, estes também fazem descer os números mas nenhum responsável político fala neles.

Assusta-me o facto de os jovens portugueses quererem iniciar a sua vida, de se quererem emancipar e ser completamente autónomos e não conseguirem. De possuírem o desejo de constituir família, e a instabilidade de não terem emprego não lhes permitir ganhar a sua independência financeira.

É urgente uma política que pense mais nas pessoas, e que no âmbito do emprego tenha como grande finalidade a criação de postos de trabalho efectivo, tendo em vista o bem-estar dos indivíduos que compõem a sociedade, e especialmente dos jovens, que necessitam de trabalho e querem mostrar no seu país e nas suas cidades tudo o que podem dar, e tudo o que podem melhorar no nosso futuro colectivo.

Espero que, com a “pipa de massa” (segundo palavras de Durão Barroso) que vamos receber no programa de financiamento Portugal 2020, sejam ponderadas medidas de apoio mais adequadas à situação real do país e dos jovens, intervindo nas áreas que necessitam de apoio urgente, como é o caso do desemprego.

Turismo de Portugal

Deixo um pequeno apontamento de felicitação ao Turismo de Portugal pelo prémio recebido “World Travel Awards”, que o distinguiu como melhor organismo oficial de turismo europeu.

O Turismo é uma área que me parece estratégica e que devia receber ainda mais atenção e investimento, tal como prova o prémio recebido e o aumento do número de hóspedes no nosso país em 2013 de 4.6% em relação a 2012 (notícia Público).