12 Outubro 2018      11:48

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Santiago do Cacém: Primeiro automóvel pisou solo português há 123 anos

Em Outubro de 1895, há precisamente 123 anos, desembarcava em Portugal o primeiro carro importado. Era um Panhard & Levassor e a uma velocidade máxima de 15km/h, levou três dias a chegar a Santiago do Cacém, numa viagem cheia de peripécias, nas mãos de  D. Jorge d´Avillez, um jovem visionário e aristocrata de Santiago do Cacém.

Em 2015 a efeméride foi marcada em Santiago do Cacém com um retorno do mesmo carro, que é propriedade do Automóvel Clube de Portugal (ACP).

Este ano e no próximo fim-de-semana, o município volta a celebrar a data com uma reconstituição histórica através de um passeio de carros clássicos pelo Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul, e uma exposição de pintura D’Assis Cordeiro, intitulada O “Gasolina” em Santiago do Cacém, 1895.

Segundo o município, a exposição "resulta de um trabalho intenso de pesquisa para apurar a verdadeira história desta viagem, que o pintor tem vindo a realizar ao longo dos anos". “São trabalhos extremamente interessantes pois tratam da história de Santiago do Cacém, o 1.º automóvel não foi para Lisboa ou Porto mas sim para a nossa cidade.”

Sobre o Panhard & Levassor

Proveniente de Paris, o Panhard & Levassor foi esperado com impaciência por D. Jorge d’Avillez, um jovem aristocrata de Santiago do Cacém. A entrada desta estranha “mercadoria”, na Alfândega de Lisboa, levanta, desde logo, a dúvida sobre que taxa aduaneira aplicar: seria uma máquina agrícola ou uma locomóvel (máquina movida a vapor)? Adota-se esta última definição.

Depois da montagem das várias componentes numa oficina de carruagens e da colocação em marcha do seu motor de explosão, o Panhard & Levassor inicia a sua primeira viagem – que foi também a primeira viagem de automóvel em solo português −, com destino à casa D’Avillez em Santiago do Cacém.

À entrada da vila de Palmela, surge um burro no meio da estrada, que se recusa a arredar do caminho. O choque é inevitável e do atropelamento resulta a morte do pobre animal. O dono vê-se então recompensado da sua significativa perda com a quantia de dezoito mil réis, o triplo do valor de um burro naquela época.

Três homens protagonizaram esta aventura: D. Jorge D’Avillez; Jules Phillipe, engenheiro na região, e Hidalgo Vilhena, outro santiaguense, pioneiro na arte fotográfica da época. A chegada do Panhard & Levassor ao seu destino, Santiago do Cacém, causou um grande entusiasmo e pasmo entre os habitantes da localidade.

O Panhard & Levassor pertence ao Automóvel Club de Portugal e destaca-se no Museu dos Transportes e Comunicações.

 

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