Recentemente vários estudos têm vindo a público vários estudos sobre o risco de “burnout”, ou seja, de esgotamento derivado do stress e do esforço profissional.
Em Portugal ainda corre o estigma relativamente à implementação de um menor número de horas de trabalho.
Por exemplo, quem sai do seu trabalho antes das 18 ou 19 horas é visto como alguém que não trabalha, um preguiçoso, que está apenas a cumprir horário e a picar o ponto.
Não interessa o quanto essa pessoa produziu durante o tempo em que esteve a trabalhar, interessa a hora a que entra e a hora a que sai e, quanto à hora a que sai, quanto mais tarde, melhor trabalhador será.
Nos países nórdicos, o cenário é completamente diferente.
As pessoas trabalham até por volta das 16h, tendo o resto do dia para poder estar com a sua família e dedicar tempo para si.
De estudos feitos nestes países resulta que, não obstante o menor número de horas de trabalho, a produtividade não diminui.
Os trabalhadores vão mais motivados e dispostos a dar o seu melhor enquanto estão nas empresas.
Em Portugal, nem como noutros países, a família e o tempo para cada um continuam a ter de ficar para segundo plano perante empregadores que apenas vêm números, objectivos e lucros para cumprir.
Por muito que os trabalhadores demonstrem sinais de cansaço, muitas vezes são obrigados a continuar a trabalhar dentro e fora dos seus horários de trabalho.
Com a entrada de novos quadros em algumas empresas, a mentalidade tende a começar a mudar mas num longo espaço temporal.
São necessárias mais medidas para promover o tempo familiar e de lazer por forma a que os profissionais consigam conciliar a sua vida profissional com a vida pessoal.
Com mais tempo para si, as pessoas ficam com mais disponibilidade e motivação para produzir nas horas em que se encontram nos seus locais de trabalho.
O caminho ainda é longo. Resta às entidades competentes dar o primeiro passo para o acelerar.
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